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25 de abril de 2024

BRINQUEDOS INDEPENDENTES


Por Elton Telles Publicado 03/07/2019 às 18h22 Atualizado 23/02/2023 às 09h16
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A gente não sabia que precisava de um novo filme da série “Toy Story” até assistir a este quarto episódio. Primeira animação a ser desenvolvida integralmente com a técnica da computação gráfica, em 1995, o original “Toy Story” nos apresentou a um grupo apaixonante de brinquedos que ganham vida na ausência de seu dono, Andy, que conforme foi crescendo, naturalmente foi deixando os seus melhores amigos guardados em uma caixa de papelão no canto do quarto. Para não os deixar acumulando poeira, decidiu com aperto no coração fazer o gesto bondoso de doar Woody, Buzz e companhia à Bonnie, filha de uma amiga de sua mãe. Tendo uma nova criança para brincar e compartilhar momentos de alegria, os brinquedos ficaram satisfeitos com o seu destino. Não só os brinquedos, o público também aprovou o comovente desfecho, amarrando com maestria uma das melhores e mais amadas trilogias já concebidas pelo cinema.

Eis que a Disney/Pixar anuncia uma nova sequência e o mundo recebe a notícia com pânico e desconfiança. “Por que insistir em uma história que foi finalizada tão bem?” foi o que todos se indagaram em pensamento. No fim das contas, “Toy Story 4” provou que todo mundo estava errado.

Este quarto capítulo da franquia apresenta novos mundos e oportunidades para os brinquedos. O cowboy Woody e seus amigos vivem sempre com a ideia fixa de que um brinquedo só pode ser feliz quando se tem um dono para brincar. Ao viajarem de férias com a família de Bonnie e adentrarem um antiquário e um parque de diversões, percebem novas realidades e perspectivas “de vida” para os brinquedos: eles também podem ser independentes e ter mais de um dono se quiserem. Este é um belo aprendizado sobre adequação e pertencimento, de sentir-se acolhido e também ter o livre arbítrio de ser e viver como quiser. Este insight é construído de forma cuidadosa pelo roteiro e vem personalizado na figura da adorável boneca Betty, que participou somente do filme original e agora retorna como dona do próprio nariz.

Outra alusão interessante trazida por “Toy Story 4” envolve um novo personagem: o Garfinho. Bonnie não tem muitos amigos no jardim de infância, então durante o recreio, ela pega um garfo de plástico, faz um bracinho com barbante, pés com o pauzinho de um picolé, desenha olhos e boca e aí está sua nova e fiel companhia. Lições de reciclagem à parte, Garfinho não se vê como um brinquedo, ele se enxerga como lixo, um objeto descartável, porque foi assim que ele foi ensinado a ser. Essa é uma clara referência à autoestima: como nos enxergamos e como somos vistos pelo outro.

O que é mais legal é que nenhum filme da franquia “Toy Story” bata massivamente em cima dessas questões; são discretos, apenas jogam a informação e cada espectador a recebe como quer. Todas essas assimilações vêm embaladas com a trilha sonora agradável de Randy Newman e em um tom acalentador e afetuoso, típico dos filmes assinados pela Pixar. É preciso reconhecer que o diretor estreante Josh Cooley consegue dosar muito bem o suspense da história com a magia emotiva que estas produções proporcionam, arrancando lágrimas certeiras mais de adultos do que de crianças.

E por falar nelas, “Toy Story 4” também é um prato cheio para aventuras, com várias e boas cenas de fuga, perseguição, resgate, salvação e planos mirabolantes que não desgrudamos os olhos, atentos para acompanhar o término da missão. O filme também introduz novos personagens, como o mencionado Garfinho, a boneca Gabby Gabby, as duas e divertidas pelúcias do Tiro ao Alvo do parque, entre outros. Em contrapartida, os brinquedos a quem já somos familiarizados do elenco principal, como Buzz Lightyear e Jessie, não passam de meros coadjuvantes nesta nova aventura e, sim, fazem bastante falta.

Talvez esta seja a maior ressalva a “Toy Story 4”. Mesmo inferior aos seus antecessores, é um filme muito digno e que felizmente fez todo o mundo morder a língua.

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