Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

23 de abril de 2024

OUTRA DIMENSÃO, OUTRO HOMEM-ARANHA


Por Elton Telles Publicado 19/01/2019 às 13h20 Atualizado 19/02/2023 às 17h08
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Desde 2008, com o sucesso instantâneo do primeiro lançamento da Marvel Studios, “Homem de Ferro”, o cinema é bombardeado por ano com uma média de três a quatro filmes adaptados das HQs de super-heróis. Por ano! Ainda pegando a Marvel como exemplo, nos últimos 10 anos, chegaram às telonas exatas 20 produções assinadas pela companhia. Estou considerando somente a Marvel, pois se adicionarmos nesta equação os filmes da também gigante DC Films, além dos estúdios que detém os direitos autorais das publicações, como a Warner (Superman, Batman) ou a Fox (X-Men)… façam as contas.

Isso não é uma crítica. A indústria do cinema precisa lucrar e encontraram no filão dos super-heróis uma mina de ouro, assim como nos musicais nos idos dos anos 40, nas ficções científicas com animais modificados geneticamente na década de 1950, etc. No entanto, o que incomoda nos enlatados de super-heróis é a mesmice. Reparem que quase todos os filmes exibem a mesma estrutura narrativa, ignorando totalmente alguns insights criativos das tramas originais dos gibis, e ainda são moldados em uma repetição de elementos que não é mais novidade pra ninguém.

Felizmente, há exceções. E talvez “Homem-Aranha no Aranhaverso” seja a melhor de todas elas.

Jovem universitário é picado por uma aranha radioativa, ganha poderes, ele tem crush em uma das garotas de sua classe, o tio é morto por um ladrão que ele poderia ter combatido, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, etc. O público já está bem familiarizado com a história trágica de Peter Parker. Também pudera, foram 6 filmes protagonizados pelo Homem-Aranha nos últimos 15 anos, e três atores já vestiram a máscara (Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland).

Na dimensão do Aranhaverso, somos apresentados ao novo Homem-Aranha. Miles Morales é um garoto negro de origem latina que vive no Brooklyn com a mãe e o pai policial, gosta de música e vive com o cadarço desamarrado. Sem se render a vícios ao narrar a origem do personagem, o roteiro o introduz e contextualiza todo o cenário de forma muito inteligente, seja em guias visuais ou situações semelhantes que correspondem à realidade em que Parker assume o heroísmo. E assim, o espectador nem precisa pedir licença, pois ele já faz parte deste universo; em pouco tempo o Aranhaverso, devido à esperteza e frescor do script, já é um mundo legitimado onde vai desdobrar a história.

E se um Homem-Aranha já é suficiente para um bom filme, o que dizer de outros 5, todos vindos de realidades paralelas? O entrosamento entre os heróis e a cumplicidade que rola entre eles enobrecem a produção: além de uma ótima aventura, cada figura ali compartilha alguma “lição” de amizade e maturidade. É tocante observar, por exemplo, uma perspectiva diferente da trajetória de Peter Parker, resvalando até em um questionamento existencialista que a trama pontua de forma perspicaz, mas logo se recolhe e retorna à ação.

É igualmente admirável a composição visual de “Homem-Aranha no Aranhaverso” em homenagem às HQs, com balões de diálogos e de narração explodindo na tela. Mas não só isso. A referência aos quadrinhos está na concepção da imagem como um todo, incluindo a forma dos elementos cênicos e o uso de cores. É tão perfeito que dá mesmo a sensação de estar lendo um gibi na telona do cinema.

“Homem-Aranha no Aranhaverso” tem todos os motivos para se tornar um clássico e tendência para futuras animações, pois é um filme corajoso por sair do senso comum e revolucionário pela sua forma ao oferecer uma verdadeira apoteose visual. É lindo de se assistir sob todos os aspectos.

 * “Homem-Aranha no Aranhaverso” é dedicado em memória aos seus co-criadores Steve Ditko e Stan Lee, que, como não poderia deixar de acontecer, faz uma pequena participação no filme.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
Geral

Mãe e filho são suspeitos de cometer duplo assassinato contra idosos em casa de Mato Grosso


A pecuarista Inês Gemilaki, com apoio do filho, o médico Gemilaki Dal Poz, é apontada pelo polícia do Mato Grosso…


A pecuarista Inês Gemilaki, com apoio do filho, o médico Gemilaki Dal Poz, é apontada pelo polícia do Mato Grosso…

Geral

Como eram a Grande Pirâmide e a Esfinge no Egito Antigo? Tour de Harvard faz viagem no tempo


Uma iniciativa internacional sediada na Universidade Harvard (EUA), chamada de Projeto Gizé, reconstruiu em um modelo 3D da Grande Pirâmide…


Uma iniciativa internacional sediada na Universidade Harvard (EUA), chamada de Projeto Gizé, reconstruiu em um modelo 3D da Grande Pirâmide…