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19 de abril de 2024

SALDO DO GLOBO DE OURO 2019


Por Elton Telles Publicado 07/01/2019 às 18h45 Atualizado 19/02/2023 às 14h39
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Tudo estava dentro dos conformes na premiação do Globo de Ouro 2019 até anunciarem o vencedor da última categoria da noite: Melhor Filme – Drama. Dentre os cinco indicados, se alguém me perguntasse qual filme não iria vencer de jeito nenhum, eu arriscaria “Bohemian Rhapsody” – ou “O Filme do Queen”, como insistem em chamar. Sem dúvidas, foi o prêmio mais inesperado desta edição e algumas pessoas certamente ficaram insatisfeitas. Afinal, é pra tudo isso?

Antes, é preciso reconhecer que “Bohemian Rhapsody” já pode ser considerado um fenômeno cultural. Entrou para a história como a cinebiografia mais rentável nas bilheterias de todo o mundo; e isso era de se esperar, já que o filme arrastou muitos curiosos para a sala de cinema, incluindo pessoas que não costumam ir ao cinema. Um feitio e tanto. Já o resultado em si… pois então, é bem patético. Jamais que merecia este prêmio. Não é o melhor filme nem da categoria, quanto mais do ano.

Outro fator que acentua a surpresa e abre caminhos imprevisíveis pro Oscar: “Bohemian Rhapsody” não ganhou a categoria principal em nenhuma outra premiação prévia ou associação de críticos antecedente ao Globo de Ouro. Pegou todo mundo de surpresa. Intérprete de Freddie Mercury, Rami Malek foi consagrado com o prêmio de Melhor Ator – Drama. Até aceitável, mas também não é meu favorito. Para encerrar as categorias em Drama, a veterana atriz Glenn Close passou a rasteira na Lady Gaga e ficou com o Globo de Ouro pelo seu trabalho em “A Esposa”.

No entanto, foi “Green Book – O Guia” o maior vencedor da noite, pelo menos em quantidade de globos de ouro. Além de Melhor Filme – Comédia/Musical, o road movie retratando a improvável amizade entre um racista e um músico negro ganhou nas categorias Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali).

O prêmio de Melhor Filme estaria em melhores mãos se tivesse ido para o hilário “A Favorita”, que rendeu à Olivia Colman a estatueta de Melhor Atriz – Comédia/Musical. No papel da rainha britânica Anne, Colman se debruça em um humor depreciativo e entrega momentos que vão do bizarro ao escracho. É espetacular o que ela atinge com o seu desempenho. Já Melhor Ator – Comédia/Musical, quem ganhou foi Christian Bale pela interpretação de outra figura política, o vice-presidente do governo Bush, Dick Cheney, no filme “Vice”.

Duplamente indicada nesta edição do Globo de Ouro, Regina King abocanhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu papel em “Se a Rua Beale Falasse”, carimbando sua inevitável indicação ao Oscar. Podemos dizer o mesmo do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, considerado o Melhor Diretor de acordo com os votantes pelo registro formidável em “Roma”, que também ganhou na categoria Melhor Filme Estrangeiro. Já em Melhor Animação, a escolhida foi “Homem-Aranha no Aranhaverso”.

No departamento musical, os melhores de cada categoria foram coroados. Justin Hurwitz levou Melhor Trilha Sonora pela inspirada composição sonora de “O Primeiro Homem”, filme que acompanha a chegada de Neil Armstrong à lua. E “Nasce uma Estrela”, que eu achei que seria a produção mais premiada deste Globo de Ouro, no fim, acabou recebendo somente 1 prêmio, o de Melhor Canção Original para “Shallow”.

E aí, como fica?
Agora ficou tudo meio nebuloso sobre quem é favorito e quem está descartado. Entretanto, sabemos que o Globo de Ouro não é parâmetro para antecipar os indicados ao Oscar. Trata-se de um prêmio muito “restrito”, onde os vencedores são escolhidos por 100 pessoas que adoram mimos, têm a credibilidade um pouco duvidosa e curtem tirar fotos com as celebridades. O Globo de Ouro tem tradição, e por isso que é televisionado, não é uma premiação com tanto prestígio assim e não tem necessariamente influência nos resultados do Oscar.

Dito isso, as escolhas do Globo de Ouro não definem caminhos, mas indicam alguns rumos da temporada de premiações. Mas ainda é início de janeiro, e muita coisa pode acontecer. Nas próximas semanas, vamos conhecer os vencedores do Critics Choice e também as indicações dos sindicatos dos profissionais de cinema – esses sim, mais relevantes.

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