Uma das franquias mais rentáveis e de maior sucesso na história do cinema chega à conclusão final com “Vingadores: Ultimato”. Sem contabilizar as sequências e os filmes com a reunião dos Vingadores, o saldo foi de 10 superproduções introduzindo novos super-heróis pertencentes ao universo Marvel (Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Thor, Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga, Doutor Estranho, Homem-Aranha, Pantera Negra e Capitã Marvel) até chegar ao ponto de convergência onde todos esses personagens – e outros que não tiveram um filme solo – se encontram para destruir o implacável vilão Thanos.
Ao final de “Vingadores: Guerra Infinita” (2018), o público testemunhou Thanos alcançando o seu objetivo de dizimar grande parte da população terráquea. E junto, alguns dos integrantes dos Vingadores foram reduzidos a pó, tendo sobrado meia dúzia de super-heróis desamparados com o que restou do planeta. Anos depois, o Homem-Formiga ressurge de onde estava enclausurado sem saber o que aconteceu com o mundo e apresenta uma nova ideia para retomar o controle da situação. Ele consegue luzir uma faísca de esperança nos heróis sobreviventes, fazendo metade dos Vingadores se reunir para recuperar as seis Joias do Infinito.
E nessa segunda tentativa de fazerem as coisas darem certo, o roteiro vai entregando as situações a conta-gotas, aos poucos e explanada em detalhes, apresentando ao público cada rumo escolhido e que será adotado pela trama. Isso não é exatamente um problema, visto que a metragem do filme é relativamente longa – percebe-se alguns momentos arrastados –, a história é avolumada de personagens e ainda é um sucesso comercial. Seria um tiro no pé dos realizadores se o filme “perdesse” o espectador no meio do caminho.
A solução encontrada pela dupla de roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, baseando-se na HQ de origem, se mostra bastante esperta, pois apresenta uma outra dimensão que faz cócegas na ficção científica e pouco explorada nos títulos anteriores do estúdio, além de demonstrar carinho a tudo o que foi produzido pelo universo Marvel com uma “auto-homenagem” aos filmes anteriores da série. Desta forma, revisitamos o primeiro “Vingadores” (2012), “Thor – O Mundo Sombrio” (2013) quando Asghard não tinha sido destruída e temos a chance de reencontrar personagens queridos que morreram ou foram esquecidos.
Se terminamos “Guerra Infinita” com nó na garganta e imersos num clima de velório, a atmosfera de “Vingadores: Ultimato” é muito mais reconfortante, o que não significa que seja menos desafiadora. Não me refiro somente ao enredo em si, mas também à autoconsciência dos profissionais envolvidos. Eles têm noção da magnitude do projeto e deixam transparecer neste epílogo.