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24 de abril de 2024

Violência não tem idade


Por Gilson Aguiar Publicado 24/04/2019 às 11h18 Atualizado 24/02/2023 às 08h40
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A cada dezenove horas uma criança ou adolescente é assassinado no Paraná. No Brasil, isto ocorre a cada 46 minutos. O nosso Estado é o sétimo colocado no ranking triste dos assassinatos de pessoas até 19 anos. Entre 1996 a 2017 foram 10.213 assassinatos com este perfil no território paranaense. Em 78,7% dos casos, o assassinato foi por arma de fogo.

Os dados são do Ministério da Saúde e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Segundo estes levantamentos, no Brasil, só em 2017, foram 11.487 crianças e adolescentes assassinados. O Estado com o maior número de ocorrências é o Ceará, seguido de Minas Gerais.

O caso que sensibilizou o país foi da menina Ágatha Felix, de oito anos. Ela foi atingida por uma bala perdida, nas costas, dentro de um veículo, acompanhada da mãe, quando retornava para casa. Este tipo de acontecimento não é isolado. No caso da menina do Rio de Janeiro, o tiro pode ter sido disparado por policiais que estavam em perseguição a bandidos.

Estar no lugar errado e na hora errada explica. Mas é importante entender que as áreas de risco são ambientes da população de baixa renda. Não há como escapar. A falta de infraestrutura, da presença do Estado, gera a possibilidade de enraizamento das relações de violência. Não que ela não exista nas áreas de melhor condição. A falta de renda por parte dos habitantes destes lugares se une a poucos investimentos.

Existe um fator vital a ser entendido, a baixa qualificação não atrai investimento. Principalmente em setores que seriam uma solução definitiva. Se prefere investir na repressão do que em uma política séria de prevenção. Uma oficina de teatro, de artes, música, cursos profissionalizantes, água, esgoto, energia elétrica, escolas, poderiam ter resultados em médio e longo prazo mais eficientes do que a guerra civil constante estabelecida entre o aparato de segurança e o crime organizado.

Não querem salvar as pessoas, usam elas como escudo. Colocam os seres humanos apenas nos discursos de proteção. Mas na prática, eles convivem em meio a uma guerra permanente entre facções criminosas e estas com o aparato de segurança. Se propaga a ideia de que a violência só será combatida com violência. Não se cria um ser humano pacífico em um ambiente de guerra.

Se estamos chorando o caso da Menina Ágatha Feliz, temos que nos preparar para cada vez mais casos. Eles se multiplicam não pelo azar ou crueldade de quem puxou o gatilho, mais pela incompetência da administração pública que deixa permanente o ambiente de risco e investe em medidas imediatas para garantir o apoio político dos eternamente necessitados. Os mesmos que choram a morte das crianças e sonham com a Justiça que nunca vem.

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