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18 de abril de 2024

Aos mestres com carinho


Por Elton Tada /Passeio Publicado 18/10/2019 às 18h00 Atualizado 24/02/2023 às 17h36
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Uma coisa que sempre me ocorre é eu chegar na frente do prédio de algum amigo, olhar para aquele interfone com tantos números e não ter ideia de qual devo apertar. Mesmo já tendo frequentado aquele apartamento mais de uma vez, o número me foge e eu preciso ligar pra quem vai me receber e perguntar mais uma vez quais botões devem ser pressionados. Problema de memória? Talvez. Mas não é essa minha explicação. A questão é que não aprendo, não retenho essa informação porque não quero, porque não faço questão de aprender. Porque aprender é um processo e não queremos gastar nossa energia com qualquer coisa.


Basicamente, existem duas formas de aprender, uma positiva e uma negativa. A positiva é aquela que nós costumamos achar ser a mais apropriada. Por isso vivemos atrás de formas de aprender as coisas positivamente. Por isso que tem um monte de babaca na internet vendendo vídeo e cursos de livros de como ser feliz, de como ter uma carreira e sucesso, de como arrumar o amor da sua vida, como emagrecer e ser saudável, como investir seu dinheiro; enfim, é muita gente se achando o dono razão e muita gente acreditando nisso. Afinal de contas só se compra o que se vende, e só se vende o que alguém vai comprar. Mas, eu gostaria mesmo de falar do outro tipo de aprendizagem, a via negativa. É isso que mais me chama a atenção.


Na faculdade tive um professor tão ruim, mas tão ruim, que ele foi um verdadeiro mestre para mim. Ele não era ruim no sentido de ser rigoroso ou qualquer coisa assim. Ele era despreparado, sem confiança, sem dedicação, cego por sua própria fé, deselegante e improdutivo. Com ele aprendi quase tudo o que eu não deveria ser na minha carreira. Por esse motivo eu lhe devo gratidão, e só não coloco o nome dele aqui porque pode às vezes a gratitude é considerada ofensiva. É uma pena.


Atualmente tenho aprendido muito com meu cachorro. Está gordo, preguiçoso e odeia ficar preso. Quando abro os portões e lhe dou a bendita liberdade, ele deita e dorme. Mas dorme feliz, pois ele já entendeu o que é a vida. A liberdade não lhe serve ao óbvio. Não lhe interessa correr e latir pela rua. O que lhe interessa é sentir-se livre para fazer tudo o que quiser, inclusive dormir. Ele tem me saído um ótimo mestre. Por isso sou grato e lhe compro uns ossinhos que ele come tudo na hora, na de esconder pra depois.


Existem muitos tipos de mestre em nossas vidas, muitas vezes nos frustramos apenas porque não entendemos isso, o que importa não é como se ensina, mas o que se tem a aprender.

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