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25 de abril de 2024

Energia


Por Elton Tada / Coluna Passeio Publicado 19/06/2019 às 14h00 Atualizado 23/02/2023 às 00h47
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Meu papel é dizer coisas bonitas. Sempre. E se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que importa que seu papel seja diametralmente cumprido. Não é mais satisfeito quem faz mais, é mais satisfeito quem faz direito o que tem que fazer. E há quem pense que eu deveria dizer a verdade. Mas quem tem compromisso com a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade é a testemunha. Eu, nesse caso, sou mero réu, e por mais culpado que eu seja não há quem me obrigue a criar provas contra mim.

Se eu pudesse dizer uma só palavra para todas as pessoas eu diria o seguinte: ame! E é claro que eu sei que isso é super cafona. É claro que eu sei que em nossos tempos essa palavra não significa quase nada. Mas, sendo bem sincero, eu simplesmente não me importo. Não me importo de verdade, do fundo dessa coisa fria que eu chamo de coração. A duras e duras custas que tenho começado a entender que não é culpa minha se as pessoas não sabem amar. Não é culpa minha viver em um tempo em que o amar se tornou tão brochantemente raro.

Viver, meus amigos, é sentir a inércia do tempo sobre nós. Por isso temos morrido basicamente por dois motivos: a pressa e o tédio. A pressa de tentar corrigir o incorrigível. O tédio que vem da correta percepção de que muitas vezes o certo é simplesmente chato.

Ontem eu dizia a uma amiga que é bem mais fácil dizer coisas bonitas a pessoas bonitas. Como bem disse Rubem Alves, fora da beleza não há salvação. E como eu não sou um completo idiota – sou apenas parte idiota, como bem deveria ser – não estou falando da óbvia beleza que as propagandas lançam violentamente em nossas mentes. Não é isso. Trata-se da beleza de ser e de bastar-se: bastar ser. Você já reparou que o sorriso de algumas pessoas te dá vontade viver pra sempre enquanto que o olhar de outras quase te enterra ali mesmo? É isso que somos, a energia do mundo se manifesta em nós. Seja para o bem ou para o mal, seja para a vida ou para a morte, somos a força que emanamos.

Sinceramente não consigo entender como as pessoas conseguem olhar para os corpos umas das outras e julgarem-se feias ou bonitas. Somos todos retas e curvas simuladas. Texturas que o tempo leva não importando o suplício. Somos a imagem de um deus que não se mostra nem nunca se mostrou. Por isso somos assim, qualquer coisa que a vida faça de nós. Nossas células são divididas em partes, e essas partes são formadas por átomos: prótons, elétrons e nêutrons. Energia. E entre eles há um grande vazio. Eis o que somos: energia correndo pelo vazio!

Se é mais fácil dizer coisas bonitas a pessoas bonitas? Óbvio. Não porque suas curvas inspiram minha imaginação. Mas porque a energia de cada átomo teu concorre para o bem.

Palavras também são energia correndo pelo vazio.

Nós também somos palavras.

Eu sou essa crônica!

E você?

Tenho certeza,

é poesia…

Pauta do Leitor

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