ISLU – ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE DA LIMPEZA URBANA

Criado em 2016 pelo Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo), e a PWC, tem como objetivo analisar os serviços de limpeza urbana dos municípios brasileiros sob a ótica da PNRS. Sob esta citação:

“Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”
William Thomson, físico irlandês do século 19, mais conhecido como “Lord Kelvin”, o pai do “zero absoluto”

Invocam sua motivação.

A principal fonte de dados é o SNIS (Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento). Quem alimenta o SNIS é o próprio município. Tem uma defasagem de 2 anos em relação ao momento atual. Assim, agora em 2018 estão coletando informação de 2017 para publicar em 2019.

ISLU vai de 0 a 1 como o IDH. Mais próximo do 1, melhor desempenho.

O índice considera quatro elementos ou dimensões

1) Engajamento do município em relação a PNRSU, calculada considerando as pessoas atendidas pelos serviços de limpeza urbana e o IDHM

2) sustentabilidade financeira do sistema (considera arrecadação e despesa)

3) recuperação de recursos coletados (materiais recicláveis)

4) Impacto Ambiental (destinação correta/incorreta)

O estudo tem uma ressalva: considera o aterro sanitário como forma correta, sem analisar se o resíduo foi ou não tratado. Se seguirmos a lei, só pode ir para aterro o resíduo residual, ou seja, o resíduo do lixo que sobrou após seu tratamento. (Compostagem, produção de energia, sistema de inertização, etc.)

O ISLU traz uma classificação com apenas municípios com mais de 250 mil habitantes. No Paraná temos 7 cidades com mais de 250 mil habitantes: Curitiba (1.920 milhão), Londrina (564 mil) Maringá (420 mil) Ponta Grossa (350 mil) Cascavel (325 mil), São José dos Pinhais (318 mil), Foz do Iguaçu (260 mil).

Entre as 20 primeiras, o Paraná classificou apenas 3 e perdeu a primeira posição que era ocupada por Maringá. Veja como estávamos e como estamos:

Município             2017            2018
Maringá             1º lugar    18º lugar
Londrina           7º lugar      6º lugar
Curitiba            15º lugar    13º lugar

O ISLU trouxe a seguinte conclusão global:
1) 53% continuam destinando o lixo incorretamente – apesar do prazo para erradicação dos lixões ter expirado em 2014 –;
2) a coleta domiciliar ainda não chegou à universalização, atendendo somente 76% dos lares brasileiros;
3) 61,6% dos municípios não estabeleceram fonte de arrecadação específica para custear a atividade; e
4) o índice médio de reciclagem no Brasil está nos irrisórios em 3,7%.

Preciso lembrar que a imprensa tradicional tem boa culpa sobre isto, somado a lentidão do MP em cobrar os municípios. Sobre a imprensa, como já escrevi (http://www.gmconline.com.br/colunistas/rogel-martins-barbosa/jogaram-o-fake-news-no-lixo) noticiou que os prazos já exauridos em 2014 foram prorrogados, dando oportunidade para que municípios ainda pudessem se regularizar. Mas isto foi um grande fake, não desmentido pela imprensa, o que contribuiu em muito para a síndrome de Nimtoo, que também já expliquei por aqui (http://www.gmconline.com.br/colunistas/rogel-martins-barbosa/resolver-o-problema-do-lixo-nao-no-meu-mandato) .

Para quem quiser conhecer melhor o ISLU, recomendo a leitura do relatório, que pode ser baixado aqui (https://selur.org.br/wp-content/uploads/2016/08/SELUR-ISLU-2016-ACESSIBILIZADO.pdf)