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19 de abril de 2024

ESTUDAR NÃO COMPENSA


Por Tiago Valenciano Publicado 27/03/2019 às 13h15 Atualizado 20/02/2023 às 19h39
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Nerd. CDF. Estudioso. Parece que a cultura do brasileiro é que estudar demais não compensa. Desde jovens somos praticamente “educados” a não gostar de estudar. Quem estuda muito é o antissocial, o chato da turma, o mala, o impopular. Quem “perde” tempo estudando deixa de viver a vida, de brincar com os amigos de escola, de navegar na internet, de se divertir. Será que tudo isto compensa, de fato?

É verdade que a trajetória em busca do conhecimento é longa. São anos de dedicação: renúncias de férias, viagens não concretizadas, projetos adiados, sonhos interrompidos, bens de consumo não adquiridos. A vida que segue nas redes sociais, paralelamente ao mundo real, parece não retratar àquilo que vivemos. E, parece que os que vivem intensamente um universo parelelo de curtidas, compartilhamentos e comentários não tem tempo para estudar.

Uma pesquisa organizada pela Varkey Foundation mostra que o país é o último colocado mundial na percepção sobre a valorização do professor. Nem precisaríamos de muitos estudos para isto: de um lado, os baixos salários, a pequena valorização da carreira e as condições de tempo/pesquisa atrapalham a carreira docente; do outro, a sensação de que ser professor não te trará grandes dividendos financeiros e irá consumir muito tempo/dedicação tem afastado os jovens de uma profissão bonita na teoria, mas que poucos querem na prática.

É lindo presentear um professor a cada 15 de outubro. Mas poucos querem se dedicar ao estudo. Buscam-se os louros da advocacia, da medicina, da fama, mas não há a correlação necessária entre pesquisa e ensino dedicados para que, posteriormente, alguém possa colher os frutos. E as atualizações profissionais? Cursos, palestras e seminários são, em sua maioria, realizados em cidades turísticas, como um “atrativo” para um conhecimento pouco atraente…

A cultura estrutural na educação brasileira de que estudar é perda de tempo precisa mudar. Não se constrói um novo país acreditando que a formação de professores está excelente e que o mercado de trabalho de mestres e doutores deve ficar somente nos meios acadêmicos. Precisamos enxergar que a formação acadêmica é parte fundamental para o futuro de uma sociedade e, por tabela, pessoal. Se não houver esta conscientização, o CDF continuará para sempre sendo o mais chato da sala, o que mais sabe, mas que sempre ninguém valoriza…

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