PRECISAMOS FALAR SOBRE GABRIEL

Há pouco mais de um ano conheci um fenômeno da política nacional: Gabriel Azevedo, Vereador de Belo Horizonte. Conheci não, tomei conhecimento via internet. Não estou aqui para defender ideologias políticas ou posicionamentos em votações do parlamentar, mas sim enaltecer a prática política implementada ao longo de seu primeiro cargo eletivo.

Inovador, arrojado e sem medo de ser feliz, Gabriel propôs de saída a criação de um aplicativo de celular chamado “Meu Vereador”, em que seus eleitores podem fazer a escolha do voto do parlamentar em todas as votações que ele, Gabriel, irá fazer nas sessões plenárias da Câmara de BH. E ele leva isso a sério. Tão a sério que ganhou um prêmio de inovação recentemente pelo uso deste aplicativo.

Coerente, Gabriel não abandonou seu mandato pela metade para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais ou na Câmara dos Deputados. Poderia sim ser eleito. Mas optou por se afastar das redes sociais durante as eleições de 2018, tanto para que seu eleitor pudesse fazer as melhores escolhas, tanto para preservar seu juízo mental em uma disputa tão acirrada – além, é claro, de se preocupar com o mandato para qual foi eleito – e não com eleições em que ele nem esteve participando.

O dia para Gabriel Azevedo parece ter 48 horas. É professor de Direito, participa de organizações de liderança e treinamento político, há algum tempo se locomove de bicicleta ou de transporte urbano privado e ainda propõe ensinar a política para as pessoas. Se tem uma ideia na cabeça ele vai lá e faz. E mais: não se intimida com ameaças ou se preocupa em agradar o Poder Executivo, fazendo justamente o que os seus eleitores confiaram que ele fizesse: fiscaliza o Prefeito Municipal (que é de seu partido, inclusive) de maneira coerente e sem desqualificar o trabalho do ora “aliado”, ora “adversário”.

É muito difícil para que o meio político entenda o trabalho do Gabriel. Eu entendo perfeitamente. Ele está quebrando paradigmas, cumprindo com os combinados, trabalhando. Tem rompido diariamente com o prejudicial “presidencialismo de coalizão”, que tem atrapalhado demasiadamente as relações políticas da máquina pública brasileira. Para quem se acomodou em fazer política como “ela sempre foi feita”, conheça o trabalho do Gabriel. Mude. Inove. Crie. Saia de sua zona de conforto. Quem sabe assim podemos, pedagogicamente, melhorar a qualidade de nossas relações políticas.