SOMOS REPUBLICANOS?
Relembramos – ou comemoramos amanhã (15) os 129 da Proclamação da República no Brasil. A pergunta que não cala desde a existência do modelo republicano é: afinal de contas, somos ou não republicanos? A resposta caminha pra um claro não – com ressalvas, obviamente. As origens do pensamento social brasileiro auxiliam na explicação dos motivos pelos quais ainda temos um longo caminho a seguir para atingirmos um “Brasil Republicano”.
A ausência de impessoalidade no trato com a res pública (coisa pública), os arranjos institucionais e extrainstitucionais na defesa de práticas políticas personalistas, os desvios de conduta e a corrupção são elementos que demonstram como a República Federativa do Brasil ainda precisa evoluir. Todavia, um dos elementos centrais na ausência do republicanismo é a baixa participação cidadã.
Não se faz uma República com “R” maiúsculo sem participação ativa na vida das cidades, na política cotidiana. A chamada “cidadania negativa” não pode imperar, vez que neste modelo o exercício dos direitos políticos do cidadão está confiado apenas no voto ou, ainda, quando é chamado para debater a política – e não por vontade própria, no sentido de questionar e propor aquilo que é comum enquanto comum, não particularizando problemas de ordem pública.
Tal qual na democracia, a República só acontece plenamente com participação política cidadã, ou seja, com todos nós cumprindo nosso papel de fiscalizar, de indagar e de, sobretudo, propor alternativas. A vida pública começa a partir do momento em que deixamos nossos lares para irmos trabalhar, nos divertir, para vivermos publicamente. Neste sentido, as responsabilidades dobram, mas o cidadão, em geral, parece ainda viver em seu universo particular.
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