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20 de abril de 2024

A professora, vereadores e as águas de março


Por Zona Livre Publicado 20/03/2019 às 16h40 Atualizado 20/02/2023 às 16h34
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https://www.facebook.com/radiocbnmaringa/videos/1327699910710848/

“O Assunto é Política”, dia 20 de março

Foto destaque: RJS Imagens Aéreas
A professora, os vereadores e as águas de março

OS VENCIMENTOS DE VEREADORES
Legalmente os vereadores não recebem salários. A questão não é só o dinheiro, que vai para os seus bolsos e fica bem acima da semântica. O salário deles tem um nome importante: “subsídio”.
Os subsídios são fixados de um mandato para o outro. Eles foram corrigidos em lei aprovada no sábado, com o mesmo percentual concedido aos servidores municipais. Mas o valor base, central, foi estabelecido pelos vereadores do mandato anterior e será fixado pelos atuais vereadores para o mandato de 2021 a 2024. Em Maringá, hoje, em torno de R$ 9 mil.

A PROFESSORA E OS SUBSÍDIOS DOS VEREADORES
Em São Carlos do Ivaí a professora Silvana Rocha, do Colégio Estadual da cidade, está colhendo assinaturas de apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular que vai propor a redução dos vencimentos dos vereadores de R$ 4.058,00 para R$ 1.274,38.
Por que este valor? Bem simples: este é o valor do salário inicial dos servidores municipais, com carga horária de 40 horas semanais.
A professora Silvana Rocha explica que esta não é a primeira vez que tenta reduzir os vencimentos dos vereadores. Esse ano ela procurou um advogado, que a orientou sobre a parte legal do projeto.
Ela afirma que não concorda com os salários dos políticos. Ela não acha justo que os vereadores, que têm uma sessão por semana em São Carlos do Ivaí recebam R$ 4.058,00 enquanto trabalhadores, que cumprem horário todos os dias ganham um salário mínimo. Para a professora essa desigualdade tem que acabar.
Para apresentar o projeto de Lei de Iniciativa Popular a professora explica que necessita de pouco mais de 350 assinaturas de moradores da cidade de São Carlos do Ivaí. Ela tem 10 pessoas ajudando a coletar as assinaturas. Na última eleição o município possuía 5.171 eleitores, para uma população estimada pelo IBGE de 6.834 eleitores.
Ela acredita que vai consegui muito mais assinaturas, porque muitas pessoas a procuram para assinar o apoio ao projeto.
Ela conta, também, que vai apresentar o projeto para todos os vereadores. Dos nove, quatro já sinalizaram que poderão apoiar a proposta. A Câmara do município tem uma mulher, a professora Fabiana.
A economia anual da proposta é de R$ 316.463,01. Em quatro anos, R$ 1.265.852,05.
O professor em regime de 20 horas ganha próximo a R$ 1.300, na cidade.

A professora defende, ainda, que “a redução de salários dos políticos deveria acontecer em todo o Brasil. Não é justo os salários e privilégios. Já estou pensando em entrar em contato com pessoas de outras cidades para também fazerem o mesmo”.

SARANDI
A vereadora de Sarandi, Eliana Trautwein, atual vice-presidente da Câmara, fez um projeto, no final do ano passado, propondo a redução dos salários dos vereadores.
Vejam a proposta:
O vereador passaria a ganhar um salário de professor com jornada semanas de 40 horas, de acordo ao piso nacional do magistério. Valor do piso: R$ 2.455,35. Hoje está em torno de R$ 9 mil.
O prefeito passaria a ganhar três salários equivalentes ao professor 40 horas. Ou seja, R$ 7.366,05. Hoje é mais de R$ 20 mil.
O vice-prefeito teria um salário equivalente ao professor com jornada de 20 horas semanais.
Para alguns vereadores o projeto é inconstitucional. Só que não… Depende só deles abrirem mão dos subsídios.
Acho sensacional essa ideia de limitar salários de políticos a salários de professores do ensino fundamental. Uma boa referência para salário de políticos e para outros salários no setor público, inclusive na área da Educação. Há pouca transparência quanto a salários. Tem gente reclamando que ganha salário de miséria, que, na prática, é maior do que recebe um gerente de uma empresa ou, em alguns casos, um diretor de uma grande empresa.
Se os salários de políticos fossem equivalente ao salário dos professores do ensino fundamental eles lutariam para elevá-lo. Ou não?
Acho a ideia difícil de prevalecer, é uma utopia, mas começar a falar, a fazer projetos populares é um bom começo. Toda a grande caminhada começa pelos primeiros passos.

CADÊ A OBRA?
Muita gente me mandando mensagens perguntando: Diniz, cadê a obra de recuperação do Contorno Sul?
A obra foi anunciada com pompa e circunstância com a presença do governador Ratinho Junior, no dia 6 de fevereiro, portanto a um mês e 14 dias… exatos 42 dias.
Há algumas semanas ouvintes e internautas têm mandado mensagens me perguntando cadê a obra.

AS TEMPESTADES DO FIM DO VERÃO
Tom Jobim, gênio, escreveu sobre o fim de verão com a sua magistral composição ‘Águas de Março’.
Neste dia 20, às 19 horas e 22 minutos, termina o verão de 2019. Verão incomum, que juntou imensas expectativas, frustradas, a tragédias colossais, do mesmo tamanho da esperança dos brasileiros ou que sabe ainda maiores, mais cruéis e bestiais.
Profetizava Jobim: “É pau, é pedra, é o fim do caminho… é um resto de toco… é um caco de vidro…”
Ação na Justiça da TCCC contra o município, denúncias contra o mau atendimento na saúde (com direito a defesa apaixonada da administração), cobrança por vagas nas creches, pelas escolas que seriam construídas no primeiro ano, cobrança pelas obras no Contorno Sul, mato crescendo, buracos aparecendo, cidade suja… mas a culpa é da imprensa, dos apresentadores, dos jornalistas, dos repórteres, dos veículos de comunicação, a culpa é por que eles querem dinheiro para não falar a verdade. A verdade? Só interessa à imprensa, à mídia, mentirosa essa imprensa…
Que as águas de março lavem nosso coração e nossas mágoas, que tragam alento e promessas de vida para os nossos corações, para a nossa cidade, para o nosso país. Estamos precisando!

Águas de Março – Composição de Tom Jobim

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matinta Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Au, edra, im, minho
Esto, oco, ouco, inho
Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Pauta do Leitor

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