Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

25 de abril de 2024

Jogadores desabafam e expõem precariedade do futsal maringaense


Por Chrystian Iglecias Publicado 06/08/2019 às 17h45 Atualizado 23/02/2023 às 18h54
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Não é de hoje que o futsal maringaense está em plena queda livre. Após o fim do Cyagim, a bola pesada nunca mais deu as caras por aqui com a força de uma liga nacional, por exemplo. Atualmente, o Maringá Seleto Clube, em fusão com o Instituto dos Torcedores do Grêmio de Esportes Maringá (ITGEM), é a equipe mais bem colocada no cenário estadual, sem nem mesmo estar disputando a primeira divisão do paranaense.

Na atual edição da Série Prata, o Grêmio/Seleto ocupa a sétima colocação na tabela há três jogos do fim da primeira fase. Entre confrontos diretos e “pedreiras”, o time da Cidade Canção definirá a classificação nas últimas rodadas – os 8 primeiros garantem vaga na segunda fase.

O problema, porém, vai muito além de falta de material humano. As críticas mais “ferrenhas” por conta da derrota massacrante sofrida para a APAF Paranaguá, por 7 a 1, no último sábado (28), revoltaram os jogadores do Grêmio/Seleto. Com apenas uma ajuda de custo e tendo que trabalhar em outras áreas durante o dia para sobreviver, os atletas foram até as redes sociais reivindicar respeito.

O líder do “movimento” foi o goleiro Lucas Rossi. Em seu perfil pessoal no Facebook, o jovem saiu em defesa de seus companheiros e expôs uma situação a qual muitos não tinham conhecimento.

“Fácil nunca foi e nunca será, principalmente sem muitas ajudas financeiras! Nada é desculpa pra derrotas tão amargas como vem sendo fora de casa, mas já viram as dificuldades? Já pensaram que enquanto treinamos apenas um período as outras equipes estão treinando 2 períodos TODOS os dias e consequentemente com melhor preparo físico?”, indagou o arqueiro.

Rossi alegou ainda que os jogadores arriscam suas vias todos os sábados em viagens para receber um troca algo que o goleiro dá a entender que não pode ser considerado um salário.

“Praticamente, só paga os nossos custos pra ir treinar. Aceitamos cobranças mesmo com todas essas dificuldades, mas também gostamos de respeito! Eu tenho orgulho de cada um de vocês que vestem esta camisa com o nome gigantesco como é a do GEM!”, completou.

Nos comentários, outros jogadores engrossaram o coro do companheiro, incluindo o consagrado Vampeta, mundialista pela seleção italiana. O ala, como o portal GMC Online contou no mês de junho, joga pelo Grêmio/Seleto apenas por consideração ao futsal de sua cidade natal. Seu time de origem é o Kamza, do Kuwait. No entanto, Vampeta vem à Maringá nos intervalos entre as competições asiáticas e reforça a equipe da Cidade Canção.

“Já já estou na área para poder ajudar vocês em quadra novamente. Ah, e o mais importante: isso tudo é pela AMIZADE e RESPEITO que tenho por cada um de vocês. E se precisar comprar qualquer brigar por vocês, farei sem problema algum. Vamo que vamo! Pagam 5 reais e ainda querem cobrar. Vão tudo a m… e fiquem em casa assistindo JN”, exaltou-se.

Na entrevista concedida ao portal GMC Online antes de viajar para o torneio continental asiático que está sendo disputado pelo Kazma, Vampeta já havia dado declarações duras em relação à situação do futsal maringaense. Para ele, caso o investimento não venha, o time e a cidade “passarão vergonha” em um eventual acesso á Série Ouro.

“O problema é que não é um time profissional. Os jogadores jogam por gostarem de jogar e por gostarem da cidade, mas as condições oferecidas não são as que uma Série Ouro exige. Você jogar uma Série Ouro trabalhando com outra coisa é inviável. Vai ser goleado sempre. Precisa melhorar muita coisa externa pra chegar na Série Ouro e não passar vergonha”, enfatizou em junho.

Outro atleta de grande relevância que reivindicou mais valorização aos jogadores foi Gabriel Montanha, um dos artilheiros da equipe na Série Prata. “Faz 5 anos que estamos lutando pelo futsal desta cidade, porém a maioria prefere criticar ao invés de ajudar. Somos guerreiros, sim, só pelo fato de sermos o único time ‘amador’ na série prata e não ter perdido nenhum jogo em casa. Isso significa muito para todos nós”, afirmou.

O próximo compromisso do Grêmio/Seleto na Série Prata do Paranaense é no próximo sábado (10), às 20h30, diante do São Miguel, na AFMM. O confronto é chave para a classificação, já que o São Miguel é o primeiro time fora dos oito primeiros e tem apenas 3 pontos a menos do que o time maringaense.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação