Com carisma e medalhas, gêmeas da natação maringaense ganham estrelato

Por Chrystian Iglecias Publicado 02/09/2019 às 21h05 Atualizado 24/02/2023 às 02h43

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Os sorrisos e o jeito de ser contagiam. Atletas da categoria S-14, para deficientes intelectuais, as irmãs gêmeas maringaenses da natação, Beatriz e Débora Carneiro, conquistaram o mundo nos últimos dez dias, no Parapan-Americano de Lima, no Peru. As cinco medalhas conquistadas pelas nadadoras, por incrível que pareça, não foram os únicos grandes feitos em solo peruano.

Com um carisma descomunal e um entrosamento afetivo que encanta, Beatriz e Débora renderam reportagens por todo o Brasil. Além das braçadas fortes, elas foram muito bem nas entrevistas e demonstraram toda a descontração que lhes é peculiar.

Direto de Madrid, onde faziam escala para Londres, no início da madrugada desta segunda (2), as “gêmeas de Maringá”, como já ficaram conhecidas, atenderam a reportagem do portal GMC Online e contaram um pouco de suas experiências no Parapan. Dona de três medalhas – um ouro nos 200m medley, uma prata nos 100m peito e um bronze nos 200m livre -, Beatriz revelou que não esperava tamanha façanha.

“A participação foi uma delícia. Nossa, foi uma emoção que é inexplicável e não tem preço que pague. Uma sensação de frio na barriga, muita emoção. Muita emoção mesmo!”, comemorou a jovem, empolgada.

A irmã, Débora, foi ouro nos 100m peito e prata nos 200m medley. Ao contrário de Beatriz, ela ficou de fora da Rio 2016 por conta de um problema na apêndice, que agora ficou, definitivamente, no passado.

“Nos 100m peito, a gente imaginava sim que seria uma dobradinha, só que no medley não. Foi demais esse Parapan, era tanta emoção que a gente tava. Foi incrível a experiência!”, afirmou Débora.

Esta foi a primeira participação de ambas em uma edição de Jogos Parapan-Americanos. Logo na estreia, as filhas do ortodontista Eraldo Volpato fizeram história e, mesmo que ainda não tenha caído a ficha, conquistaram um estrelato antes não tão provável.

“Eita mundo pequeno! Encontrei essas atletas famosas no aeroporto de Lima, Peru. Tive que tirar uma foto, afinal não é todo dia que encontramos campeãs famosas por ai”, brincou o pai coruja. “Superação na prova, superação na vida. Sou um homem e um pai Feliz. Esse é o sentimento que fica. Deus abençoe minhas filhas e todos nós”, completou, em seu perfil no Instagram.

Agora, Beatriz e Débora Carneiro encaram um desafio quase instantâneo: logo após se tornarem uma espécie de estrelas do Time Brasil no Parapan, as gêmeas maringaenses se desafiarão no Mundial de sua categoria. Em Londres, Bia e Débora disputarão medalhas com atletas, assim como elas, de altíssimo nível.

“A campeã paralímpica da Rio-2016 vai estar disputando com elas. É um tempo muito forte, difícil de ser batido. Elas (Beatriz e Débora) têm o terceiro e o quarto tempo. Estaremos com certeza brigando pela prata e pelo bronze. Temos que tomar todos os cuidados possíveis para que elas possam chegar ainda melhor no Mundial”, afirmou o técnico André Yamazaki, da União Metropolitana Paradesportiva de Maringá (UMPM).

A volta de Beatriz, Débora e Yamazaki para a Cidade Canção está prevista para o próximo dia 17 – o pai, Eraldo, já está de volta. No aeroporto de Madrid, as atletas ainda arrumaram tempo para brincar um pouquinho.

“Mais três horinhas de viagem e estamos em Londres. Uhul! Um beijo (risos)”, brincaram as gêmeas maringaenses, com seu peculiar tom good vibes de sempre. Com elas, não tem tempo ruim.