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25 de abril de 2024

Maringaenses, ‘gêmeas da natação’ sonham com a Paralimpíada de Tóquio


Por Victor Ramalho Publicado 07/02/2020 às 16h30 Atualizado 24/02/2023 às 02h45
 Tempo de leitura estimado: 00:00

As semelhanças entre elas vão muito além das aparências. Sempre juntas, elas compartilham tudo, até a vontade de vencer. E agora, dividem também a expectativa de disputar mais uma Paralimpíada. As maringaenses Débora e Beatriz Carneiro, mais conhecidas como as ‘gêmeas da natação’ vivem a esperança de disputar os Jogos de Tóquio em 2020.

São apenas 21 anos de vida, mas apesar da pouca idade, a bagagem que ambas carregam no esporte é impressionante. No currículo, uma enorme lista de competições de alto rendimento nacionais e internacionais. Beatriz, inclusive, alcançou o índice para a disputa dos Jogos do Rio, em 2016. Débora, infelizmente, não competiu por problemas de saúde, mas irmã foi para as piscinas, ficando em 5° lugar nos 100m peito e se tornando a atleta mais jovem a disputar a categoria nas Paralimpiadas.

A mescla entre juventude e experiência chama a atenção e também é um fator positivo na preparação, como diz o pai das meninas, Eraldo Carneiro.

“Realmente, as duas tem um desempenho impressionante para a idade delas, mas sempre fizeram por merecer. Elas treinam juntas desde muito jovens, então o que alcançaram até aqui é apenas reflexo do comprometimento. Disputar essas competições têm ajudado elas a lidarem com a preparação com mais naturalidade”, declarou.

Estarem juntas não é novidade e não se restringe apenas ao esporte. As irmãs começaram juntas na natação, ainda crianças, e quando os campeonatos começaram, elas ficaram ainda mais unidas.

“Somos irmãs, estamos juntas desde sempre. Fazemos quase tudo em parceria. Uma sempre incentivou à outra”, afirmou Débora.

“Começamos muito cedo. No começo, é claro que não estávamos habituadas, mas estar junto com a minha irmã me ajudou muito. Hoje, quando estou com ela, parece que fica tudo mais fácil e natural”, disse Beatriz.

O pai é testemunha de toda essa união. Com orgulho, ele destaca que essa parceria reflete nos resultados dentro das piscinas. É tanto entrosamento que até o desempenho é praticamente idêntico.

“Desde a infância, a Débora e a Beatriz sempre foram muito unidas, seja na piscina ou na vida. E o entrosamento delas é impressionante. Já houve casos delas disputarem a mesma prova e fazerem praticamente o mesmo tempo”, declarou o pai, que se declara o ‘maior torcedor’ das gêmeas.

Preparação

O ritmo de treinamentos segue agitado. As duas chegam a treinar em até 3 turnos diários, de 5 a 6 vezes por semana. Após um período longe de Maringá, a família retornou à cidade natal, para prosseguir com a preparação às vesperas de uma das provas mais importantes da carreira das meninas. 

“É um ambiente favorável. Por mais que outras cidades pudessem nos dar uma estrutura muito superior de preparação, é aqui que as meninas nasceram, viveram quase a vida toda, onde estão os parentes, amigos. A atmosfera é totalmente diferente, o clima fica mais leve”, relatou o pai.

Nos dias 26 a 28 de março, Débora e Beatriz disputam o Open Internacional, em São Paulo. O desempenho na prova dará o índice final para a disputa dos jogos de Tóquio. Elas buscam um tempo de 1min18s61 nos 100m peito, principal especialidade da dupla nas piscinas.

Beatriz e Débora, inclusive, ocupam o 1º e 2º lugar, respectivamente, do Ranking Nacional dos 100m peito feminino na categoria SB14 (para atletas com grau de deficiência intelectual), divulgado pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

Dentro da modalidade, as pretenções são altas. “Elas treinaram e continuam treinando muito ao longo desses meses. Sempre competindo em campeonatos que exigem o máximo e confrontando com as melhores nadadoras da categoria, mas sempre conseguindo se destacar. A Débora e a Bia terminaram 2019 em 3° e 4° lugar, respectivamente, no ranking do Comitê Olímpico Internacional. Claro que ainda precisamos ir pra São Paulo, disputar o Open Internacional, mas tratamos a ida para Tóquio como certa”, declarou o pai.

Apesar da expectativa, as duas tratam tudo com muita naturalidade. Nadar não é um trabalho para elas, mas sim um hobbie. 

“Nos sentimos bem na piscina e fazemos isso há tanto tempo que nem encaramos como uma profissão ou uma obrigação, mas como um passatempo, um divertimento”, afirma Débora.

Expectativas

A possibilidade de disputar a maior competição paralímpica da atualidade deixa todos ansiosos. Mas o retorno a Maringá criou um clima de tranquilidade para as gêmeas, que agradecem o apoio que tem recebido até aqui e convocam o povo maringaense a torcer pela dupla. 

“É legal ver que as pessoas apoiam a gente, recebemos mensagens de carinho na nossa página, até nas ruas quando saímos, as pessoas querem tirar foto. Esperamos retribuir da melhor forma.”

Eraldo também não consegue esconder o orgulho que sente das filhas. Vários obstáculos foram superados ao longo da preparação em questão de rotina, estrutura e adaptações à mudança de cidade.

“Nós tivemos convites para treinar em cidades que, com certeza, poderiam oferecer uma estrutura mais adequada. Mas Maringá é nossa casa, por isso optamos por voltar. Contratempos existem, não conseguimos treinar em dia de chuva, por exemplo, pela piscina da Vila Olímpica não ser coberta ou aquecida, mas nós todos demos o nosso melhor, e só podemos agradecer”, afirmou.

Para ele, um bom desempenho em Tóquio pode ser benéfico não só as garotas, mas também a cidade de Maringá.

“Será muito bacana ver os maringaenses torcendo. É a maior competição da atualidade, e nossa cidade estará sendo representada nela. Agradecemos o apoio de todos até aqui e vamos em busca de mais um bom desempenho”, finalizou.

Além do Open Internacional, de 26 à 28 de março em São Paulo, as gêmeas disputam também o Circuito Caixa Loterias, de 24 a 26 de abril, a última competição antes dos Jogos Paralímpicos 2020.

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