CypherLab lança música nova com Clara Lima e MCs de Maringá
Cypher #2 está no ar. Mais dois produtos da vivência e da troca realizadas entre MCs foram lançados. Cinco artistas maringaenses rimaram com Clara Lima em cima de um beat produzido pelo DJ Coala, neste novo lançamento do CypherLab. São eles: Lucas Barud Bacon (Chapeleiro), Luisa Krauze (Lubs), Rafael Augusto Chagas (RChagax), Lucas Marlon de Almeida Ribeiro (Lucas Loco) e Paulo Sergio Luiz Junior (Paul Jay).
Quatro outras obras serão lançadas no YouTube, toda sexta-feira, até o dia 3 de maio. As próximas duas cyphers contam com as participações de DJ Skeeter e Inglês, Badsista e Slim Rimografia. Futuramente, as músicas também estarão nas plataformas de streaming.
Para RChagax, a experiência de gravar com outros artistas e com uma produção profissional foi inigualável. “É outra vivência, outro bagulho. Aprendi pra caramba com a geral, com os outros artistas, com os produtores e todo mundo que fortaleceu”, completa o MC de apenas 15 anos de idade.
O “trapzão bate cabeça” do DJ Coala, como bem descreveu Chapeleiro, rendeu boas letras, começando pelo aviso de RChagax: “O meu time chegou, só tem MC brabo, nós é do tipo que não dá mole pra safado”. Seguido de frases marcantes de Chapeleiro: “Todo dia um inocente baleado, perdido sem esperança. Outro alguém que só queria chegar lá no seu barraco e dar um braço na criança”; Lubs: “Pode apagar a luz e abrir a janela que ainda tá cedo. Confundindo a realidade com o que te dá mais medo” e Lucas Loco: “Gente opressora que ama o poder e os que têm o poder de amar”.
Mais uma vez, as vozes foram gravadas durante uma tarde no Estúdio Drago, com conselhos e opiniões de Clara Lima e todos os MCs.
Dessa vez com tempo claro e sol forte, o mesmo frigorífico abandonado foi o set de filmagens, no segundo dia, realizadas novamente por Jean Furquim (Giramundo Filmes). As luzes azul e vermelha ambientaram melhor o “trapzão” durante todo o vídeo. Sempre na cola de todos, Max Miranda (Fenda) registrava os bastidores e já pensava como seria esse segundo episódio do webdocumentário.
“Uma experiência massa, nova, que eu nunca tinha vivido. A ideia do projeto é de se parabenizar, porque a sociedade precisa de mais cultura. E se a gente está dando oportunidade para isso, é uma coisa legal. Além de fortalecer o rap, assim como eu fui e venho sendo fortalecida”, comenta Clara Lima. E realmente fortaleceu. O sentimento de gratidão foi unânime entre os participantes, sempre se referindo à humildade e a disposição de ajudar e fortalecer de Clara.
“Foi muito bom trabalhar com a Clara Lima. Cheguei com a minha letra, meio nervoso, achando que ela não tinha escutado, mas ela disse que já tinha ouvido de todo mundo. Mesmo assim, ela falou pra gente começar do zero e ela mesmo pegou o radinho e começou a escrever”, relata Chapeleiro.
Paul Jay completou: “Cada ideia, cada palavra influencia e ajuda. É um passo a mais na carreira. Várias visões sobre produção, sobre cantar, sobre postura, sobre tudo.”
Apesar do nervosismo de estar ao lado de Clara Lima e Jean Furquim, rimando no beat do DJ Coala, todos acreditaram no próprio trabalho, venceram o nervosismo e foram selecionados entre todos os participantes.
“O que resume mais o sentimento de estar fazendo parte do projeto é “esperança”. É meio clichê, mas é a questão de acreditar no próprio trampo, estar recebendo um reconhecimento legal. Essa é a melhor parte, me fortificar como artista, mulher, ser humana. Confiar no meu instinto e meter marcha”, resume Lubs, integrante do grupo Manada Crew.
Cypherlab
O termo cypher surgiu a partir de um sistema de códigos denominados Matemática Suprema, criado pelo grupo afro-religioso Five Percents (5%ers), na década de 1960. Dentro dessa linguagem, cypher seria o número zero, que representa plenitude do círculo, união entre conhecimento, sabedoria e entendimento. A partir dessa compreensão, e da vontade de dar mais visibilidade ao cenário hip hop de Maringá, foi criado o projeto CypherLab.
“O objetivo principal era juntar MCs com reconhecimento nacional com MCs que estão começando, para que aconteça uma troca de conhecimentos e sirva como uma alavanca para esses novos artistas de Maringá e região. Além da oportunidade de poder rimar com o beat dos quatro beatmakers convidados. Vamos projetar a cena do rap de Maringá e região para fora”, explica a organização.
Durante os meses de fevereiro, março e abril, 20 MCs da cidade e região foram selecionados para rimar ao lado de Sandrão RZO, Clara Lima, Inglês e Slim Rimografia, em cima de quatro beats produzidos por DJ Cia, Badsista, DJ Coala e DJ Skeeter. Os resultados desses encontros são quatro episódios do webdocumentário, que mostrarão os bastidores das produções do projeto, desde a composição das letras até a gravação das músicas e vídeos, e quatro cyphers.
CypherLab é contemplado pelo Prêmio Aniceto Matti, da Prefeitura Municipal de Maringá, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semuc).
Seleção
Os quatro beats foram produzidos e nomeados, no formulário de inscrição, como BEAT 1, BEAT 2, BEAT 3 e BEAT 4. O MC participante escolheu aquele que mais lhe agradou ou aquele com o qual se sentiu melhor para rimar, sem saber qual DJ havia produzido. Cada uma dessas bases já estava relacionada a um MC convidado, mas essas relações foram divulgadas apenas alguns dias antes da gravação da música e do vídeo.
Inicialmente, foram 30 vagas para cada faixa. Do total de inscritos, 15 foram pré-selecionados por uma banca curadora, com base em cinco critérios de avaliação: Flow, Dicção, Mensagem, Originalidade e Criatividade.
Desses 15 pré-selecionados, os MCs convidados selecionaram os cinco candidatos finais, utilizando os mesmos critérios da fase anterior, além da afinidade. Afinal, seria com esses cinco artistas que ele gravaria uma música e um clipe.
As cyphers começaram a ser gravadas nos dia 19 e 20 de março, com Sandrão RZO e cinco MCs de Maringá e região que ele selecionou. Outra cypher foi gravada com Clara Lima e outros cinco MCs selecionados, nos dias 26 e 27 de março. Inglês gravou no dia 3 e 4 de abril e Slim Rimografia nos dias 9 e 10.
FICHA TÉCNICA CYPHER #2
Produção Musical: DJ Coala
Letra:
Clara Lima
Lucas Barud Bacon (Chapeleiro)
Luisa Krauze (LUBS)
Rafael Augusto Chagas (RChagax)
Lucas Marlon de Almeida Ribeiro (Lucas Loco)
Paulo Sergio Luiz Junior (Paul Jay)Captação de vozes: Estúdio Drago
Mix/master: DJ CoalaDireção/Filmagem/ Edição/Finalização: Jean Furquim (Giramundo filmes)
Diretor artístico: Gabriel Cezalli Masson
Diretor de comunicação: Diogo Correa
Diretor de produção: Max Miranda
Fotógrafo: Junior Diaz
Produção/styling: Cristina Tamie Hara
Auxiliar de produção: Samuel Gustavo