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20 de abril de 2024

Mente é o novo EP da banda paranaense De um Filho, De um Cego


Por Redação GMC Publicado 22/01/2019 às 10h54 Atualizado 19/02/2023 às 17h38
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Como já faz há dez anos, a banda de Jacarezinho (PR) De um Filho, De um Cego continua idealizando na música um retrato do que vivemos, com todas as angústias, conflitos e superação.

Nesta terça (22), o quarteto expande essa reflexão ao público por meio do lançamento do EP Mente. Ele é a primeira parte de duas que, juntas, formarão o segundo disco cheio da banda, chamado “Mente Andorinha”, previsto para fim de 2019.

Crônicas do cotidiano, reflexões sobre a rotina, camadas e metalinguagem. É isso o que aguarda o ouvinte neste novo lançamento. Baixe aqui.

Com dez anos de história, é perceptível a evolução musical do grupo, ao ponto do fundador, guitarrista, compositor e vocalista Lucas Waricoda dizer que apenas o nome é o mesmo daquele projeto que começou em 2009. A banda está completamente diferente.

“Existe uma coisa, que é o De um Filho, De um Cego. Você escuta desde os primeiros EPs até a música [feita pelo grupo] de hoje, tem elementos que dá para sacar que é a mesma coisa: o olhar sobre a vida, sobre esses temas que giram em torno de uma vida comum, trabalho, relações, espiritualidade. Eles ainda estão presentes da mesma forma, mas a gente mudou, a gente evoluiu”, explica Lucas.

A mudança e evolução que Lucas relata são perceptíveis ao ouvir o primeiro disco da DFDC, Outros Verões (2016). Enquanto no disco anterior falava-se muito no futuro, em expectativas e desejos, em “Mente” – e também no “Andorinha” – o olhar é voltado para o presente, no que se conseguiu consolidar na caminhada desses três anos. Mente é mais sólido, assim como os quatro se enxergam, hoje, dentro da banda. Da mesma forma, os timbres e camadas percebidas em cada música também enaltecem essa consolidação.

Lucas Waricoda (vocal e guitarra), Galego Teixeira (guitarra), Matheus Teixeira (bateria) e Guilherme Nascimento (baixo) pretendem lançar a segunda parte do projeto, o EP “Andorinha”, ainda no começo do segundo semestre deste ano. O disco completo, composto por músicas desses dois EPs e algumas inéditas, será lançado no fim do ano, também em formato físico.

Mente 

Em cinco faixas, todas compostas por Lucas Waricoda, a banda percorre histórias que passam por boas lembranças vividas pelos integrantes, relacionamentos, conflitos, tecnologia, natureza e situações corriqueiras vivenciadas por quatro rapazes do interior, com suas vidas, trabalhos e responsabilidades.

“Céu de Domingo”, por exemplo, relata um fim de semana em que o tempo abria, depois de um longo período chuvoso, ao mesmo tempo que algumas portas também se abriam para a banda. Os domingos são marcantes para os integrantes, que moram em três cidades diferentes: “Como a gente se encontra sempre nos fins de semana, domingo é o dia da gente ir embora, pegar a estrada”, relata o vocalista.

“Mente Andorinha” foi inspirada no “Poeminho do Contra”, de Mário Quintana, e composta durante um período em que Lucas esteve doente: “Os nomes [Mente e Andorinha] vêm da dualidade do físico e das ideias. É uma coisa que eu sinto constantemente, em muitos lugares: você, seu corpo, está preso em um local, no trabalho, por exemplo, mas sua mente está longe, está brisando.”

Já em “Todos os Outros”, De um Filho, De um Cego canta sobre a solidão de estar 24h conectado aos aparelhos eletrônicos, mais especificamente ao celular. Ao mesmo tempo que temos todos os outros aos toques das mãos, estamos sozinhos. A parte mais tranquila da música, chamada carinhosamente de “bailinho”, é a parte em que se tenta distrair do celular, descansar, colocá-lo de lado por alguns segundos. “Até que o vibra me sacode outra vez”.

Em apenas quatro versos, Lucas relata em “Braço de Ferro” – já com clipe lançado, LINK – um conflito de relacionamento, mas com uma “faísca” de solução no final: “Há algo estranho nesse olhar / Um ar pesado a pairar / Sinal fechado em solução / Quem cederá dessa vez?”

Sempre recorrendo à natureza, o EP termina com “Transe”, criada por Lucas olhando o mar, nas praias da Ilha do Mel (PR), enquanto pensava no seu relacionamento com sua esposa.

Criadas por quatro sujeitos comuns, as músicas cantadas pelos integrantes da De um Filho, De um Cego são interpretadas de diferentes formas por cada um que as ouve. Diferentes realidades levantam diferentes interpretações em relação às ideias e sentimentos encharcados nesses poemas, sempre impulsionados à reflexão sobre a vida e seus aprendizados.

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