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19 de abril de 2024

A história do maringaense que nasceu, trabalhou e morreu em um avião


Por Nailena Faian Publicado 07/02/2020 às 18h00 Atualizado 24/02/2023 às 02h19
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Ele nasceu, viveu e morreu dentro de um avião. Esta história tão singular quanto curiosa é do maringaense Miguel Vaspeano Lepeco, que ganhou esse nome justamente porque nasceu a bordo de um avião da Vasp, em 1957.

Grávida, a mãe dele começou a sentir as dores do parto e enquanto o avião sobrevoava Maringá, o filho acabou vindo ao mundo, sendo concebido ali mesmo, com a ajuda de quem ocupava a aeronave. A intenção era fazer o parto em um hospital de Curitiba, mas não deu tempo.

O comandante do voo foi convidado para ser padrinho do bebê e foi ele quem pediu à família para darem à criança o nome de Vaspeano.

Coincidência ou destino, o sonho de Vaspeano sempre foi ser piloto de avião, conforme lembra a filha, Andréa Lepeco.

“As histórias dele eram sempre sobre os voos que ele fazia, as coisas que aconteciam no ar, os problemas e as soluções rápidas que ele encontrava”, disse em entrevista ao GMC Online.

Vaspeano passou a vida todo trabalhando entre as nuvens. Ele foi, na maior parte de sua carreira vida, piloto de garimpo. Isso porque, lembra a filha, o pai gostava da liberdade de voar sozinho, não se interessando muito pela aviação comercial.

O trabalho exigiu que a família de Vaspeano morasse em diversos lugares: São Paulo, Curitiba, Manaus, entre outros municípios espalhados pelo Brasil.

“Muitas vezes ele levava a gente para andar de avião, quando o patrão deixava”, recorda Andréa.

Ela diz que antes da queda do avião, o pai havia passado por vários perrengues, como pousos de emergência, mas nunca por um acidentes aéreos.

Em 13 de maio de 2010, aos 52 anos, Vaspeano pilotava um bimotor Sêneca, da empresa de táxi aéreo pela qual estava trabalhando, quando a aeronave caiu em Manaus e todos os seis ocupantes morreram.

“O voo foi fretado para transportar funcionários da Secretaria de Educação de Manaus. Meu pai reportou falha elétrica para torre, avisou que estava voltando, mas no que ele tentou retornar para fazer o pouso, o terreno era muito acidentado e não deu. A aeronave acabou caindo ao lado de um colégio e a poucos metros de algumas casas”, detalha Andréa.

A investigação do acidente apontou problema de sobrepeso e peças danificadas.

“O que aprendi com tudo isso é que aviação não é um sonho, é um dom e meu pai tinha esse dom”, finaliza a filha do maringaense que nasceu, viveu e morreu voando.

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