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17 de abril de 2024

História: As primeiras zonas de prostituição de Maringá


Por Redação GMC, com projeto Maringá Histórica Publicado 27/10/2019 às 20h28 Atualizado 24/02/2023 às 19h30
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A prostituição é conhecida como a profissão mais antiga do mundo. Em Maringá, a primeira zona de meretrício, ou como é popularmente chamada, zona de prostituição, surgiu na década de 1960 e funcionava na Rua Quintino Bocaiúva, entre a Avenida Guaíra e Rua Benjamin Constant, nos fundos da antiga delegacia municipal.

As “pessoas de bem” desviavam de lá. Era lugar de má fama. Um conglomerado de casinhas e bares que reunia as “mulheres da vida”.

Conforme lembra o projeto Maringá Histórica, nessa época as prostitutas não podiam andar pelas ruas da cidade. Assim, quando elas precisavam ir para o centro resolver algum problema, usavam as charretes táxi. Por isso, esse meio de transporte acabou ficando conhecido como “balaio de puta”, já que transportava frequentemente as “mulheres da vida”.

No entanto, a cidade foi crescendo e a zona começou a incomodar. Em 1974, uma comissão de vereadores solicitou a transferência da zona de meretrício para uma região que fosse afastada da cidade.

Foi aí qe surgiu a segunda zona de prostituição de Maringá, na Praça Vereador Eurico Vieira Guido, na Vila Marumby. 

Em reportagem publicada em 2012, o jornalista Donizete Oliveira contou histórias de frequentadores e de prostitutas que trabalhavam em Maringá. Confira um trecho abaixo.

“Hilário nasceu em Sertanópolis e chegou a Maringá em 1950 com oito anos de idade. Seu pai, ‘abridor de fazendas’, veio cuidar de uma propriedade em Mandaguaçu (a 10 quilômetros de Maringá). ‘Época difícil, mas muito boa’, recorda-se. ‘A gente amassava muito barro, comia muita poeira, mas não tinha essa violência de hoje’.

Na sua juventude, a zona era o único lazer que existia em Maringá. Hilário diz que começou a frequentá-la com amigos. Havia várias boates na Vila Marumby, o que a tornava quase um distrito. Flórida, Estrela Dalva, Tropical, Fugitivo, Africana e Boate da paraguaia Djcuy, eram algumas delas.

Segundo ele, a zona era vista com preconceito pela sociedade, mas pessoas de todas as classes sociais e religião a frequentavam. O escritor diz que por muitas vezes viu políticos lançar candidatura no local. Governadores que vinham a Maringá, obrigatoriamente passavam pela zona.

‘A sociedade é hipócrita, criticava de dia, mas à noite ia lá’. Ele ressalta o respeito que havia entre os frequentadores da zona. Dentro das boates não havia briga, quem quisesse acertar as contas com alguém que fosse para fora. E mais: ‘Se você esquecesse sua carteira lá, no outro dia era devolvida intacta’.

Com a aclamação da sociedade para que acabassem as zonas, muitas prostitutas passaram a migrar para as regiões centrais de Maringá, passando a ocupar áreas próximas a antiga Rodoviária Américo Dias Ferraz.

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