Calor: Descubra quais são os bairros mais quentes de Maringá
Não se engane com as manhãs mais amenas registradas nos últimos dias. Neste verão, a sensação térmica já passou dos 40ºC em Maringá e a temperatura média fica na casa dos 30ºC, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). Neste ano, o dia mais quente em Maringá foi registrado em 28 de janeiro, com os termômetros chegando a 34,4°C.
Achou a temperatura alta? Pois saiba que ela poderia ser ainda mais elevada, se Maringá não contasse com as milhares de árvores espalhadas pelo município.
É essa “cobertura verde” que impede a formação de ilhas de calor, que são pontos da cidade em que observa-se a temperatura mais elevada. Elas são originadas pela inserção de edifícios, estradas entre outras infraestruturas que substituem a vegetação por superfícies impermeáveis e secas.
Geralmente, as ilhas de calor se formam no centro dos municípios, justamente devido à substituição da vegetação por imóveis e outras estruturas. No entanto, em Maringá ocorre o contrário: os núcleos mais quentes se formam com mais frequência nos bairros considerados novos.
Quem detectou isso foi o geógrafo Paulo Germano em sua tese de doutorado apresentada na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Ele analisou 249 imagens de satélite em um intervalo de 32 anos, de 1984 a 2016, que contemplavam um total de 698 dados de temperatura.
Por meio da análise, o geógrafo concluiu que os valores mais elevados de temperatura se deram em locais com solo exposto e em bairros que apresentam uma condição de arborização com copas menores quando comparadas às das zonas centrais. As temperaturas das superfícies analisadas chegou a superar 40ºC.
“Nos bairros mais antigos da cidade, onde o plano diretor inicial não foi modificado, têm árvores de grande porte, como as sibipirunas. Isso propicia a formação de corredores de sombra, você quase não vê o sol. O bairros mais recentes, do novo Plano Diretor, são os locais que mais têm ilhas de calor, principalmente porque a vegetação ainda não se desenvolveu ou porque são plantas que não vão atingir um porte grande”, explica Germano.
O doutor em Geografia diz que o projeto do antigo Plano Diretor foi audacioso na escolha das árvores de porte grande. De acordo com ele, não opta-se por esse tipo de arborização hoje em dia porque apesar das árvores grandes serem muito benéficas para o clima, elas geram muita manutenção e problemas, como o contato com a fiação elétrica.
A pesquisa identificou, portanto, que os bairros mais novos, principalmente os da zona norte de Maringá, são os mais favoráveis para formação das ilhas de calor. Dois exemplos é o Jardim Dias e o Jardim Paris 3 – VEJA A LISTA COMPLETA ABAIXO.
Já os mais antigos, como a Vila Operária e Zona 2, praticamente não apresentam esse fenômeno.
“O Novo Centro não tinha ilhas de calor, mas hoje já tem por conta das construções que foram surgindo e a partir de 2000 começou a se intensificar”, pontua Germano.
Confira quais são os bairros mais quentes de Maringá, conforme apontou a pesquisa.
Jardim Dias I, II e III (zona 31)
Jardim Licce (Zona 31)
Loteamento Sumaré (Zona 46)
Jardim Santa Clara (Zona 46)
Loteamento Bom Jardim (Zona 36)
Conjunto Habitacional Sanenge III (Zona 38)
Jardim Universo (Zona 20)
Jardim Itália (Zona 20)
Cidade Monções (Zona 20)
Jardim Espana (Zona 44)
Conjunto Residencial Inocente Vila Nova Jr. (Borba Gato) (Zona 44)
Jardim Nilza (Zona 45)
Distrito Industrial 2 (Zona 45)
Moradia Atenas (Zona 19)
Jardim Noroeste (Zona 19)
Jardim Campo Belo (Zona 19)
Jardim Sofia (Zona 19)
Ney Braga (Zona 43)
Jardim Aurora (Zona 43)
Novo Centro (Zona 01)
Jardim Paris (Zona 48)
Jardim Real (Zona 07)
Jardim Monte Rei (Zona 32)
Jardim Império do Sol (Zona 32)
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Com colaboração de Luiz Santos e Monique Manganaro
