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18 de abril de 2024

De estagiário e office boy a chefe: como chegar no ‘topo’?


Por Letícia Tristão Publicado 03/01/2019 às 18h45 Atualizado 19/02/2023 às 09h24
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Fazer carreira e ocupar altos cargos dentro de uma empresa pode ser visto como falta de opção, mas permanecer no mesmo ambiente corporativo por anos pode ser na verdade uma escolha. Algumas empresas fazem plano de carreira com os colaboradores, outras vão oferecendo oportunidades que vão surgindo no decorrer dos anos.

O mercado de trabalho sempre será uma “selva de pedra” e ter autoconhecimento e não ser um funcionário limitado são as dicas de ouro de dois profissionais que subiram os degraus no corporativismo.

Há 11 anos na mesma empresa, Patrícia Quadros, de 30 anos, começou como estagiária do curso de administração. Após seis meses foi efetivada e desde então assumiu cargos como auxiliar e analista, até chegar à coordenadoria. Segundo ela, o autoconhecimento foi peça chave para o crescimento profissional.

“Se você sabe que legado quer deixar como profissional e encontra uma empresa que te dá condições disso, a carreira acontecerá de forma natural”.

Patrícia, que atualmente é coordenadora de Gestão de Pessoas em uma cooperativa de Maringá, diz que fazer carreira é consequência de encontrar uma empresa e uma função que estejam alinhados ao próprio propósito. “A oportunidade de crescer junto a uma mesma empresa possibilita ser realmente atuante na mudança dela”.

Esse também é o caso do Wesley Lima que tem 31 anos e atualmente é superintendente de um shopping de Maringá. Ele começou na empresa como office boy, aos 17 anos, e a partir das oportunidades que surgiram – ou do que ele mesmo fez – avançou dentro da empresa, passando por diversos cargos até chegar ao topo.

“Quando era office boy, eu manuseava documentos internos de todas as atividades administrativas que precisavam. Mesmo assim, era uma profissão vista com muito preconceito”, relata.

Ele explica que foi a época em que mais adquiriu conhecimento sobre diversos segmentos da área empresarial.

Wesley afirma que a vontade de aprender não só sobre sua área específica de trabalho foi crucial para o desenvolvimento dele dentro da empresa. Entender sobre todas os segmentos pode ter sido a chave do sucesso na vida dele.

“Sempre busquei trabalhar muito para que a oportunidade fosse consequência”, diz.

Por que?

Segundo a especialista em Gestão Empresarial, Patricia Bueno, o que faz uma pessoa crescer dentro da mesma empresa é a junção de qualificação e proatividade.

“Tudo depende do comprometimento, da força de vontade e proatividade. Se a pessoa demonstra interesse, o empresário vai ter um olhar diferenciado para aquela pessoa”, explica.

No ambiente corporativo, ela identifica as diferenças entre pessoas que começaram desde cedo a buscar experiências, seja estagiando ou como menor aprendiz, e pessoas que começaram a trabalhar porque precisaram. “Quem começou desde mais cedo a se qualificar e buscar conhecimento no mercado de trabalho tem mais facilidade em assumir compromissos e atividades diferentes, e ir crescendo na função”.

Isso porque, conforme Patrícia, aceitar bem pequenas demandas que destoem um pouco da função oficial do colaborador, pode indicar que a pessoa tem personalidade para crescer e talvez se tornar um líder. “Quando a gente assume uma função, tem responsabilidades que vão muito além do horário de trabalho, por exemplo”.

Gerações

Patrícia destaca também a diferença de comportamento entre as gerações. No mesmo ambiente de trabalho é possível identificar que a geração X (nascidos entre 1961 e 1981) é mais habituada em assumir muitas demandas e trabalhar mais.

Já os mais novos, geração Y (nascidos a partir de 1980), são mais dispostos a defender causas e buscar experiências. “Eles não se apegam, não querem ficar muito tempo ‘presos’ a uma função, cargo ou empresa”, diz.

Futuro

Wesley destaca que tanto o presente quanto o futuro esperam profissionais que não se limitam e que estejam dispostos a continuar aprendendo cada vez mais. “É preciso buscar na história e experiências projetos para desenvolver o futuro. As oportunidades surgem se você trabalha duro”.

Para Patrícia Quadros, essa situação da geração muito nova que está ficando menos nas empresas, tem a ver com o momento de transição que a sociedade de forma geral está começando a passar. “Envolve transição de valores e propósitos organizacionais que muitas empresas ainda estão começando a perceber, e essa geração já tem muito forte”, diz.

Foto da capa: Ilustrativa/Pixabay

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