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24 de abril de 2024

Inverno deve iniciar ameno na região de Maringá


Por Redação GMC Publicado 13/06/2019 às 14h04 Atualizado 22/02/2023 às 22h22
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A temperatura média do último verão em Maringá aumentou 1,3°C em relação à média histórica para a estação nas últimas quatro décadas. Os dados, da Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM), revelam uma tendência de elevação, o que indica que o inverno deste ano, com início em 21 de junho, começará ameno na região.

Segundo o geógrafo climatologista Leandro Zandonadi, que coordena a Estação Climatológica da UEM, a iminência do El Niño provocou o aumento da temperatura combinado com a escassez, gerando menos nebulosidade e mais radiação na região de Maringá.

“Com isso, os prognósticos para o início do inverno são de que a estação comece um pouco seca na região de Maringá, com temperaturas levemente acima ou próximas da média histórica, de 19,3°C. A média das temperaturas mínimas para o período é de 14,0°C”, diz Zandonadi. Ele acrescenta que as ondas mais frias devem ocorrer em julho, bem como as chuvas.

Os dados referentes ao verão confirmam o avanço da temperatura média nas últimas décadas, que subiu 1,2°C no mundo desde o início da era industrial e, atualmente, está aumentando entre 0,2°C e 0,1°C por década, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Em Maringá, por exemplo, nos últimos 42 anos, considerando todas as estações, os termômetros registraram elevação média de 1,4°C, segundo Zandonadi.

O geógrafo explica que uma das possíveis causas para essa progressiva elevação de temperatura está na expansão da malha urbana, que aumenta a quantidade de construções e revestimento asfáltico, reduzindo as áreas verdes. Outra razão é o aquecimento global. “Existe uma condição natural para os ciclos de aquecimento global, mas temos de repensar atitudes diárias, como o descarte adequado de lixo, que também provocam esse aquecimento e ainda prejudicam a biodiversidade, o solo e o ar.”

O profissional destaca que há estudos que compreendem aquecimento e resfriamento como eventos cíclicos, o que demonstra a possibilidade de que a temperatura global diminua nas próximas décadas. Para ele, embora a temperatura esteja aumentando, o aquecimento é uma condição natural, influenciada por agentes como oscilações das atividades solares e as variações das temperaturas das superfícies dos oceanos.

Uso de dados climáticos

Para evitar problemas decorrentes do aumento da temperatura, Zandonadi recomenda o uso de dados climáticos para o planejamento preventivo. Dessa forma, é possível antecipar a ocorrência de eventos como tornados, ondas de calor, incidência de raios e até problemas de abastecimento, como o que ocorreu em Maringá em 2016, com a danificação do sistema de bombeamento de água na cidade por excesso de chuva.

O geógrafo Danilo Giampietro Serrano, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) e coordenador do Colégio de Entidades de Classe do Estado do Paraná, diz que análises de dados climáticos feitas por Geógrafos e outros profissionais habilitados auxiliam no planejamento e manejo de produções agrícolas, na programação de cronogramas de obras, em estratégias de investimento em infraestrutura e saúde pública e na gestão das cidades, entre outros.

O Sistema Meteorológico do Paraná, o Instituto Agronômico do Paraná e a Defesa Civil (SMS para 199) são, de acordo com Serrano, fontes de informação sobre o clima e previsão do tempo que podem auxiliar tanto profissionais quanto a população.

Antevendo períodos de chuva, por exemplo, os serviços urbanos podem reforçar a limpeza de bueiros e córregos, evitando alagamentos e enchentes. Já a população pode se valer de informações sobre o tempo para evitar problemas de endemias, como também a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue e a zika.

“No inverno, a ocorrência do mosquito diminui, mas os ovos só ficam esperando as condições ideais para eclodir, com chuva e alta na temperatura. Então, a população pode ficar mais atenta e manter o quintal sempre limpo”, comenta.

O geógrafo acredita que Entidades de Classe, instituições de ensino e órgãos públicos possam atuar para elevar a qualidade das informações. Nas instituições de ensino, professores podem fomentar pesquisas e projetos de extensão. Entidades de Classe podem promover eventos e capacitação de profissionais. Os Creas devem manter as fiscalizações junto às empresas e profissionais habilitados, que trabalham com dados climáticos e previsões do tempo.

Quanto à gestão pública, ele reforça a importância da divulgação de informações sobre o tempo, especialmente em áreas de risco, e da necessidade de contratação de profissionais habilitados, que possam gerir e utilizar os dados na gestão e planejamento urbano e regional, prevendo e minimizando riscos aos cidadãos.

Por Assessoria Crea-PR

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