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25 de abril de 2024

Justiça bloqueia bens do ex-jogador de vôlei Ricardinho


Por Victor Simião/CBN Maringá Publicado 18/12/2018 às 18h14 Atualizado 19/02/2023 às 10h25
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Os bens do ex-jogador de vôlei Ricardinho foram bloqueados pela Justiça. A decisão é do juiz Nicola Fascati Junior, da 2ª vara da Fazenda Pública de Maringá, e foi tomada a partir de um pedido do Ministério Público. Conforme apurou a CBN Maringá, a 20º promotoria de Patrimônio Público encontrou indícios de desvio de dinheiro público por parte do campeão olímpico, ex-jogador da seleção brasileira. A decisão é desta segunda-feira (17).

Além dele, a Vôlei Brasil Centro de Excelência, que é a razão social do Maringá Vôlei/Copel Maringá, time que disputa a Superliga; Rogério Leandro Rodrigues, tesoureiro do Maringá Vôlei, Maria do Carmo Panza, sogra de Ricardinho e diretora do time de vôlei, também tiveram os bens bloqueados. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 847,9 mil reais da cada uma das quatro partes.

A ação civil pública que levou ao bloqueio de bens é referente a dois jogos da seleção brasileira de vôlei, realizados em Maringá, em 2014, em ocasião da Liga Mundial, e também a final da Copa Brasil de Vôlei. Naquele ano, o Brasil jogou duas vezes na cidade contra a Polônia.

Para a realização desses eventos, a Prefeitura, por meio da secretaria de esportes, repassou R$ 880 mil à conta do Maringá Vôlei. Além dessa quantia, a empresa também ficou com R$ 324,9 mil, dinheiro arrecadado na bilheteria nos dois jogos.

Segundo o Ministério Público, somente R$ 204 mil foram gastos e justificados para a realização. O restante do dinheiro não teria sido usado e teria sumido.

Na investigação, o Ministério Público conseguiu autorização da Justiça para a quebra do sigilo bancário. A movimentação financeira, segundo o MP, mostrou que R$ 523 mil, dos R$ 880 mil depositados pela prefeitura, na conta do Maringá Vôlei, foram retirados do caixa em espécie. Parte dos recursos foi para a conta de Maria do Carmo Panza, sogra de Ricardinho; e depois foi para a conta do ex-jogador.

O MP vê o processo como lavagem de dinheiro. Ao todo, o Ministério Público diz que foram desviados R$ 847,9 mil, que é a quantia que a Justiça pediu que fosse bloqueada das contas dos envolvidos.

Segundo a ação, os envolvidos, pelos cargos que ocupavam, sabiam o que estavam fazendo. Tanto que, ao longo dos últimos anos, os envolvidos não apresentaram justificativas ou documentos que comprovassem a utilização licitação do dinheiro.

O Ministério Público pediu o ressarcimento dos valores. Além disso, pediu a perda dos direitos políticos e que os envolvidos não possam fazer contrato com o poder público por até cinco anos.

Outro lado

A assessoria de imprensa do Maringá Vôlei e do Ricardinho informou, por meio de nota, que o questionamento do Ministério Público não se trata de atividades cotidianas desenvolvidas pela associação e pelo Ricardinho, mas sim de dois eventos isolados realizados em 2014 – Copa Brasil e Liga Mundial.

Segundo a nota, o Maringá Vôlei não fez qualquer contratação com a Prefeitura de Maringá e sim com a CBV – Confederação Brasileira de Voleibol, única detentora dos direitos de promover jogos da Copa Brasil e Seleção Brasileira.

“É importante ressaltar que todos os serviços contratados foram realizados e que as devidas prestações de contas foram feitas para a CBV. Inclusive esses eventos muito contribuíram com a economia, incentivando o esporte e o turismo. Os amistosos foram feitos exatamente nos mesmos moldes que são feitos todos os anos nos diversos municípios do Brasil”, diz a nota.

Ainda segundo o texto,  o Maringá Vôlei, Ricardinho e a sogra dele não receberam notificação judicial para prestar contas dos eventos. “No entanto, eles declaram, nesta oportunidade, que estão à disposição da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Por fim, Ricardinho ressalta que tudo foi feito na mais absoluta lisura, como será apurado.”

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