Na temporada, cachê de Papai Noel pode chegar a R$ 15 mil em Maringá
Em época de crise, garantir um salário extra pode ser a solução. Aproveitando o ensejo das festas de fim de ano, o trabalho duro de um Papai Noel em Maringá pode garantir a ele, ao fim da temporada, um salário de até R$ 15 mil.
No entanto, o número, obtido por meio de levantamento realizado pelo GMC Online, pode variar. O cachê do bom velhinho pode aumentar ou diminuir de acordo com as propostas de trabalho aceitas por ele: fazer presença em festas de família, virar estrela de comercial, ou se tornar o Papai Noel de um shopping da cidade (às vezes, desempenhar todos os papéis ao mesmo tempo).
É assim a vida do sindicalista Claudio Pontes Coelho, de 52 anos, durante os últimos meses do ano. Com o apoio e ajuda da família, o Noel começa a se preparar para a maratona quando ninguém está pensando em comemorar as festas de fim de ano.
“No fim de outubro já tem que estar tudo pronto, até porque os comerciais são gravados antes. O Natal começa em dezembro, mas para nós, papais noéis, começa bem antes”, afirma Coelho que, neste ano, é o bom velhinho do Shopping Avenida Center.
O cuidado com a barba é unanimidade. Característica principal (e a mais valorizada), a barba de um autêntico Papai Noel merece carinho especial e dedicação.
“Faz três anos que deixo a barba grande. Não tiro de jeito nenhum. Só dou uma aparada para não ficar feia. Passo o que é necessário para tratá-la e ficar bonita. Uso um óleo para hidratar e ficar cheirosa, e também penteio. Tenho mania de pentear a barba toda hora”, diz o Papai Noel do Shopping Catuaí.
De acordo com Coelho, quanto mais natural o visual, mais o cachê é valorizado. Segundo ele, o mercado é exigente e, quando a barba não é natural, muitos contratantes desistem da negociação.
Em média, são 45 dias atendendo crianças e adultos que visitam shoppings e eventos públicos.
“Uma vez, uma ‘criança’ de 29 anos, especial, pediu para sentar no meu colo. A mãe dele ficou brava, disse que ia matar o Papai Noel porque pesava 200 quilos. Mas ele se sentou e tirou a foto. Foi bem legal. Foi o que mais me marcou. Eu sorrio, brinco, choro com as crianças. Quando as crianças especiais me abraçam, eu choro. Aperta meu coração. É muito especial para mim”, afirma José Carlos Aparecido da Costa, 59 anos, Papai Noel do Shopping Catuaí.
Apesar de mágica, a rotina é cansativa. São aproximadamente cinco horas por dia enfrentando o calor embaixo de uma fantasia pesada: geralmente, camiseta, camisa, colete e casaco.
Para Claudio Coelho, ainda sobra tempo para encaixar as ações sociais e levar a alegria para crianças carentes. Ele diz que recebe muitas cartinhas, com os mais variados pedidos e, com a ajuda de um grupo de amigos, tenta atender todas as crianças.
Em alguns shoppings, a seleção dos noéis é feita por meio de agência especializada, que recruta, treina e prepara os candidatos para a temporada. Em outros, a equipe de marketing leva em consideração, além das características físicas do Noel, a simpatia e a doçura com crianças são os aspectos de maior relevância.
“As características físicas do Papai Noel transcendem a imaginação e a realidade das crianças, até porque elas são muito perspicazes. As características que povoam nossa imaginação são: um senhor rechonchudo, de longas barbas brancas e bochechas rosadas. Além, é claro, da voz do velhinho e sua característica risada ‘ho-ho-ho’, que devem ser treinadas. O coração do Noel é enorme e generoso, por isso é importante transmitir doçura às crianças”, explica a gerente de Marketing do Shopping Maringá Park, Andrea Toscano.
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