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19 de abril de 2024

Desafio da ‘Boneca Momo’ alerta educadores em Maringá


Por Monique Manganaro Publicado 06/09/2018 às 17h59 Atualizado 18/02/2023 às 04h54
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Após toda a repercussão do desafio da “Baleia Azul” no ano passado, que mobilizou pais e alunos de escolas em todo o Brasil e trouxe o assunto “suicídio” à tona, agora, a mesma preocupação é relançada com outro foco: o desafio da “Boneca Momo”. A corrente circula pelo Whatsapp e propõe tarefas a crianças e adolescentes utilizando a imagem de uma mulher magra com olhos esbugalhados, inspirada numa escultura japonesa.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação de Maringá e o Núcleo Regional de Educação, até o momento, nenhum caso envolvendo o desafio foi registrado nas escolas da região. Contudo, informações apuradas pela reportagem do Portal GMC Online dão conta que o desafio já circula, sim, pela cidade. Uma adolescente, de 12 anos, teria colocado uma imagem da boneca como foto de perfil no aplicativo de mensagens e essa seria uma das missões dadas às crianças que aceitam o desafio.

Especialistas da área de segurança, no entanto, afirmam que não existe um padrão para esse jogo. As crianças e adolescentes atrelam o número do WhatsApp à conta do Facebook. “Os criminosos, utilizando a imagem do perfil do personagem virtual, colhem informações pessoais e passam a fazer os desafios. Os meninos são iludidos e aceitam”, afirma o chefe de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro, em entrevista concedida à agência Folhapress.

Em geral, a suspeita é de que a corrente seja uma isca plantada por criminosos para roubar dados pessoais e propor desafios que podem levar ao suicídio.

Por telefone, a secretária de Educação de Maringá, Valkiria Trindade de Almeida Santos, disse que ainda não há alerta oficial sobre a Boneca Momo para os pais ou alunos. Porém, a secretaria já faz um trabalho preventivo envolvendo suicídio durante reuniões pedagógicas e palestras com professores e outros agentes de educação. A partir daí, cada escola aborda o assunto dentro das salas de aula, segundo Valkiria.

“Os pais devem ficar bem atentos, acompanhar o uso do celular e computador pelos filhos, pois tem muita coisa acontecendo no submundo das redes sociais”, aconselhou a secretária.

Quanto às escolas e colégios estaduais, o Núcleo de Educação informou que não foi emitido comunicado tratando do desafio. Mas a Secretaria de Educação do Paraná (Seed) também trabalha o suicídio de maneira geral com os estudantes.

De acordo com Nivea Gisele Panizza Tuller, psicóloga de um colégio particular de Maringá, os professores, desde a educação infantil até o ensino médio, estão em alerta para, caso algum aluno tenha contato com o desafio, possam intervir e tratar a situação com segurança. Segundo ela, o colégio mantém o cuidado de não abordar o assunto dentro das salas de aula para não despertar curiosidade naqueles alunos que ainda não tinham sequer ouvido falar na Boneca Momo. 

Caso

A Polícia Civil de Pernambuco investiga se a morte por enforcamento de um menino de 9 anos, no Recife, está ligada ao desafio. O caso sob investigação em Pernambuco ocorreu no último dia 16.

Artur Luis Barros dos Santos, 9, jantava com o pai na sala de casa. A mãe do menino, a professora da rede municipal do Recife, Jane Rosária Barros Nascimento, 41, estava com a filha pequena no quarto.

O pai saiu da mesa e, alguns minutos depois, a família encontrou o garoto enforcado no quintal com um fio que havia muitos anos servia para segurar uma parreira.

A criança ainda foi levada com vida a uma unidade de saúde, mas não resistiu. A delegada Thais Galba, responsável pela investigação, diz que o celular e o tablet utilizados pelo menino ainda estão sendo periciados pelo Instituto de Criminalística.

Ela declarou que uma das linhas de investigação são desafios propostos por meio da internet. A policial ressaltou, no entanto, que pode ter ocorrido um acidente no quintal.

“Ainda não podemos afirmar com certeza o que realmente houve. No dia em que a mãe foi ouvida aqui na delegacia pela primeira vez, ela mencionou que o filho tinha mostrado essa boneca dizendo que ela era muito feia.”

A delegada salientou não ter nenhuma prova de que o menino morreu porque estaria participando de um desafio. “Quando a mãe ventilou essa possibilidade, nós passamos a analisar essa situação. As perícias nos aparelhos eletrônicos podem trazer informações importantes”, disse.

Thais explicou que Artur era uma criança extremamente saudável. “Nunca teve histórico de depressão, nunca tomou medicamentos controlados. Um aluno bom, com notas boas. A possibilidade de suicídio é descartada cada vez com mais força”, alega.

A advogada da família, Yeda Barbosa, presidente da Comissão Contra Crimes Cibernéticos em Pernambuco, acredita que a morte pode ter ligação com desafios na internet.

Ela, que falou em nome da mãe de Artur, conta que, na semana em que apareceu enforcado, o menino estava bastante ansioso. “Era um menino que usava muito o celular, bem mais do que o comum.”

Yeda relata que a mãe chegou a retirar o aparelho do filho após desconfiar que o garoto passava a noite no celular.

Geraldo Lopes, diretor da escola Pequenos Passos, onde Artur estudava, afirmou que é prudente esperar o resultado da investigação. “Existe a necessidade de uma criança ter um celular? Esse é o questionamento que deve ser feito.”

FIQUE DE OLHO NAS RECOMENDAÇÕES

Dicas de segurança da Polícia Federal para os pais

1 – Estreitar o vínculo de amizade e cumplicidade com seus filhos e sempre perguntar sobre as atividades desenvolvidas no dia;

2- Ter conhecimento básico de internet e computação, principalmente sobre redes sociais, para instruir os filhos;

3 – Supervisionar o acesso dos filhos à internet de forma discreta e não ostensiva. Melhor caminho é sempre o diálogo e orientação;

4 – Alertar e conscientizar os filhos sobre os perigos que existem na internet;

5 – Importante a conscientização para não compartilharem de maneira exagerada informações pessoais;

6 – Ter o consentimento da criança e do adolescente para acessar o perfil nas redes sociais;

7 – Deixar, se possível, o computador num cômodo público e visível da casa para que, em qualquer momento, possa ser visualizado o que os filhos estão acessando;

8 – Não permitir que os filhos fiquem muitas horas conectados à internet.

Dicas de segurança para os filhos

1 – Nunca incluir nas redes sociais informações pessoais de maneira exagerada;

2 – Não postar fotos em excesso;

3 – Nunca incluir desconhecidos em contatos;

4 – Preservar a intimidade ao máximo.

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