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18 de abril de 2024

Literatura para bebês busca espaço


Por Agência Estado Publicado 27/12/2019 às 11h43 Atualizado 25/02/2023 às 10h00
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Quem circula por livrarias certamente já se deparou com livros para bebês. De plástico ou pano, eles normalmente se assemelham mais a um brinquedo ou são informativos: têm a função de apresentar animais, cores e números. Diferentemente do que ocorre na Europa ou nos Estados Unidos, por aqui é difícil achar em meio às prateleiras literatura para esse público.

Daniela Padilha, fundadora da Editora Jujuba, percebeu a lacuna há cinco anos. Interessada em compreender o processo de mediação com leitores da chamada primeiríssima infância (0 a 3 anos), ela idealizou uma roda de leitura para pais e bebês. E, quando saiu em busca de livros literários, não encontrou.

“Há muitos livros de pano, para banho, cartonado com barulho, textura, mas pouquíssima literatura, no sentido de ter história. Queria outra coisa. Acredito que esses outros assuntos podem aparecer, mas a narrativa tem de ser mais importante”, afirma Daniela.

A inquietação da editora deu origem à coleção Literatura de Colo, que hoje tem cinco títulos. Do Reino Unido, Daniela trouxe Urso e Barco, de Cliff Wright; da Espanha, Azul, que tem roteiro de Meritxell Martí e ilustrações de Xavier Salomó; e do Chile, Onde Está Tomás?, escrito por Micaela Chirif e ilustrado por Leire Salaberria. Por ter um catálogo constituído prioritariamente por autores brasileiros, Daniela provocou escritores e ilustradores para que eles produzissem para esses novíssimos leitores. Da provocação nasceram O Que Tem Aí?, de Rosinha, e Bia e o Elefante, de Carolina Moreyra e Odilon Moraes

Para formar a coleção, a editora se preocupou com a diversidade em múltiplos aspectos. Além de mesclar autores nacionais e estrangeiros, a coleção Literatura de Colo reúne texto em prosa e poesia, ilustrações com traços variados, livro imagem (em que a história é contada por meio de imagens) e livro ilustrado (em que texto verbal e imagens se relacionam na narrativa).

Todos são produzidos em papel cartão, mais resistente, têm bordas arredondadas e, claro, contam uma história. Para um leitor mais desavisado, O Que Tem Aí? pode ser um livro que simplesmente ensina os números. Mas é muito mais. Por meio de uma brincadeira de perguntas e respostas, Rosinha também apresenta, sem didatismo, animais e cores. O livro instiga o leitor a virar as páginas e desdobrá-las, descobrindo assim o próximo personagem, em um jogo poético de repetição.

Acostumada a levar a brincadeira para a literatura, Rosinha conta que nunca havia criado para leitores tão pequenos. Segundo a autora, o que mudou foi o tipo de pesquisa que desenvolveu para a criação, não a profundidade. “Procurei brincar mais para encontrar soluções ainda mais lúdicas, que foi o que eu pensei em especial para este livro.”

Assim como Rosinha, Odilon também nunca havia produzido para leitores tão pequenos. Para entender como se dá a comunicação, ele e Carolina resgataram e analisaram livros que gostam. “Foi um processo muito diferente. Do ponto de vista da ilustração, meus livros não têm personagens fortes – muitas vezes eles não têm nem rosto. Eles são quase a situação, o contexto. Desta vez pensei que precisava ser como a Eva Furnari, que cria personagens fortes.”

Os dois criaram a história da coelha Bia e seu amigo Elefante e, por meio deles, tecem jogos de opostos. Enquanto Bia é pequena e rápida, o Elefante é grande e lento. Na narrativa, a coelha funciona como o elemento adulto, mais racional, enquanto seu amigo faz as vezes da criança, que quer brincar mais, dorme mais cedo. “A coelha dá referências de civilização, é a voz dos pais; já o Elefante é selvagem. A criança vai se identificar com ele, mas terá um carinho por Bia”, diz Odilon.

A história estimula o mediador, seja pai, mãe, irmão mais velho ou professor, e ajuda no estabelecimento do vínculo afetivo. “É mais fácil para o adulto se envolver numa narrativa e, por meio da história, também conquistar o leitor bebê. É difícil mediar um livro quando só há elementos soltos”, diz Daniela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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