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16 de abril de 2024

Marcola e 21 membros de facção criminosa vão para presídios federais


Por Folhapress Publicado 14/02/2019 às 10h12 Atualizado 20/02/2023 às 01h24
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O chefe máximo do PCC, Marco Camacho, 51, o Marcola, foi transferido na manhã desta quarta (13) para um presídio federal. O destino final dele não havia sido confirmado até o fechamento desta edição, mas as autoridades paulistas falavam em Brasília (DF) ou Porto Velho (RO).

Além dele, também foram mandados para o sistema federal – sob forte esquema de segurança – outros 21 membros da facção, grande parte também integrante da cúpula facção. O irmão de Marcola está entre os transferidos.

Em 2006, a transferência de presos do PCC para o presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau (a 611 km de SP) levou à maior onda de violência no estado.

Mais de 300 ataques da facção a prédios públicos na época deixaram 59 agentes de segurança mortos em cinco dias.

O saldo de mortes aumentaria nos dez dias que se seguiram, quando grupos de homens encapuzados saíram às ruas para vingar as mortes de policiais. Foram 505 civis mortos.

Devido à preocupação com a possibilidade de novos ataques, a Polícia Militar mantinha operação em mais de 3.300 pontos diferentes nesta quarta, sem prazo para terminar. A Secretaria da Administração Penitenciária também realizou revistas em praticamente todas as unidades prisionais do estado para tentar inibir eventuais rebeliões.

Os presos foram transportados em um avião das Forças Armadas, que saiu do aeroporto da vizinha Presidente Prudente. Alguns detentos seriam levados para os presídios federais de Brasília, Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).

Em razão disso, o governo federal autorizou o uso das Forças Armadas para fazer a segurança no entorno dos presídios de Porto Velho e Mossoró até o dia 27; em Brasília, uma portaria prevê o reforço da segurança pela Força Nacional por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.

Sete desses presos tiveram a transferência definida no ano passado por causa de envolvimento em crimes investigados na operação Echelon. Entre as acusações estão a de que teriam dado ordem para ataques a agentes públicos e assassinatos de rivais.

Já Marcola está sendo transferido por conta da descoberta em 2018 de um plano de fuga que utilizaria até um exército de mercenários para o resgate dele e de parte da cúpula da facção, todos no presídio de Presidente Venceslau.

A Justiça de São Paulo ficou ainda mais pressionada a determinar a transferência depois que, no final do ano, duas mulheres foram presas com suposta carta com ordem do chefão do PCC para matar o promotor Lincoln Gakiya, responsável pelo pedido de transferência e que investiga há anos o crime organizado.

Integrantes do Ministério Público disseram à reportagem que aguardavam a transferência de Marcola para breve, mas acreditavam que isso só deveria ocorrer depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), deixasse o hospital na capital paulista.

Logo após a transferência dos criminosos, a alta do presidente também foi confirmada e o presidente da República seguiu de volta a Brasília.

O pedido de transferência de Marcola provocou um racha nos últimos meses do governo Márcio França (PSB) entre integrantes da cúpula que defendiam a transferência de Marcola e outros que temiam represália por parte dos criminosos.

O principal a defender a permanência de Marcola e de outros integrantes do PCC em São Paulo era o então secretário Mágino Alves Barbosa Filho, sob argumento de ter informações seguras de que esses ataques ocorreriam.

Já o então secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, e membros do Ministério Público refutavam a descoberta de planos de ataques por parte dos criminosos e defendiam a transferência imediata. Eles afirmavam que o estado de São Paulo não poderia se dobrar diante de um único criminoso.

Argumento parecido foi usado pelo juiz Paulo Sorci, da 5ª Vara das Execuções Criminais, em sua decisão sobre a transferência de Marcola e de outros 14 presos. “O Estado não pode deixar de agir diante de possível retaliação de organização criminosa. Se assim fosse, nem precisaríamos de estado”, diz trecho da decisão.

Ao mesmo tempo que ocorria a transferência, a Polícia Militar realizava em todo o estado operação com 21.934 policiais, com 8.104 viaturas e 13 helicópteros em 3.362 pontos. Segundo a Secretaria da Segurança, “as equipes estão em locais estratégicos, apontados pelo serviço de inteligência da PM, para sufocar possíveis ações de criminosos”.

Em mensagem aos subordinados, o comandante-geral da PM, coronel Marcelo Vieira Salles, pediu a todos os PMs redobrassem a atenção durante o trabalho e no horário de folga.

“A atenção deve ser em 360 graus, acompanhando os que estão pelo local ou aqueles que se aproximam. Enfim, quando se trata da sua própria segurança, todos os detalhes são importantes e merecem atenção e prevenção”, diz trecho da mensagem.

Nesta quarta, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a operação incluiu preparação para evitar reações e que São Paulo não será refém da facção. Ele também disse que a medida deveria ter sido realizada antes, na gestão de França.

“Todas as ações preventivas foram tomadas pelas forças de segurança de São Paulo e do governo federal. Nosso grande trabalho estava em como executar a operação. E a operação foi absolutamente perfeita”, afirmou.

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