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18 de abril de 2024

Marília de Exu


Por Rafael Donadio / Coluna "Ao pé duvido" Publicado 04/09/2019 às 19h04 Atualizado 24/02/2023 às 03h23
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“Exaltar nossa nordestinidade, recebendo a influência do contexto em que vivemos, é uma atitude política de resistência”, essa é a força das dez faixas do primeiro trabalho solo da pernambucana de Exu, Marília Parente, de apenas 25 anos. Intitulado Meu céu, meu ar, meu chão e seus cacos de vidro, o álbum foi lançado no Youtube no último dia 27 e em todas as plataformas digitais no dia 30.

Tomando a estrada como metáfora e fio condutor que orienta a narrativa poética do disco, a artista recorre à voz – marcadamente influenciada pelo canto dos vaqueiros, das rezadeiras de seu Cariri e por artistas como Marinês, Amelinha e Elba Ramalho – como veículo para transitar pela fronteira que existe entre o rock n’roll e os ritmos e escalas nordestinas e orientais. Não caindo no rótulo de “folclórica”, a música de Marília Parente apresenta a cultura brasileira do Nordeste de forma universal.

“A única coisa permanente na cultura popular é sua inevitável e necessária transformação, porque ela é pulsante, viva, cotidiana. Tentar aprisioná-la a um olhar de exotismo, a essa bandeira difusa de ‘preservação do forró’, é matá-la, porque ela acaba se traduzindo em produções ‘caretas’”, defende Marília.

A pernambucana se conecta às antenas parabólicas dos manguezais para captar todo tipo de influência, de diversos lugares, períodos e contextos possíveis, produzindo canções com poesias e sonoridades únicas. As influências vão de Luiz Gonzaga, Geraldo Azevedo, Fagner, Cátia de França, Lô Borges, Rodger Rogério e Ednardo até o rock de Beatles e Beach Boys e a poesia de Bob Dylan.

Na segunda vez que pisei em Recife, foi ela quem me contou dos judeus da cidade que ajudaram a construir Nova Iorque, e foi ela também quem me mostrou diversas páginas de jornais antigos sobre o Udigrudi e Luiz Gonzaga, seu conterrâneo e, possivelmente, uma das maiores influências da musicista. Marília tem as raízes em solo pernambucano e o olhar atento para o mundo. Além de uma grande força e potência artística, que desconfio vir da água que bebem em Exu.

Meu céu, meu ar, meu chão e seus cacos de vidro foi gravado nos estúdios Pé de Cachimbo Records, Malunguim Studio e em estúdios caseiros de amigos. “Esse caldeirão permite que a gente concilie um set de instrumentos que vai de viola de dez cordas, a guitarra elétrica e instrumentos indianos como o shruti e o sitar”, completa Marília.

Dentre as participações especiais, artistas como Regis Damasceno (Cidadão Instigado), Feiticeiro Julião, Marcelo Cavalcante, Juvenil Silva, Rodrigo Padrão, Ugo Barra Limpa, Sofia Freire, Mayra Clara, Nivea Maria e o sanfoneiro exuense Jonnez Bezerra.

Marília Parente co-produziu o álbum em parceria com os músicos Juvenil Silva e D’Mingus.

Show de lançamento

Marília Parente realiza o show de abertura amanhã (5), no Teatro Arraial, em Recife, às 20h. O consiste na execução das dez faixas presentes em “Meu céu, meu ar, meu chão e seus cacos de vidro”, com algumas surpresas. Cantando e tocando violão, Marília será acompanhada pelos músicos Juvenil Silva (guitarra), Diego Gonzaga (baixo) e Gil R (bateria). O evento será aberto pelo músico Ugo Barra Limpa, que executará alguns mantras em homenagem a George Harrison, cantando e tocando os instrumentos indianos tampura e shrutibox.

Entre as participações especiais estão Dadá Cavalcante, Rodrigo Padrão, Feiticeiro Julião e Marcelo Cavalcante, tendo estes três últimos participando do processo de gravação do disco. Os ingressos serão vendidos na hora pelo valor de R$ 20.

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