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19 de abril de 2024

OLHAR DE CINEMA 2019: OS ESTRANGEIROS


Por Elton Telles Publicado 12/06/2019 às 23h10 Atualizado 22/02/2023 às 22h13
 Tempo de leitura estimado: 00:00

As minhas felizes escolhas de filmes brasileiros para assistir no 8º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, infelizmente, não se repetiu nas escolhas para as produções estrangeiras da grade. Claro que isso tem mais a ver com o meu dedo podre do que com a qualidade dos títulos internacionais presentes na programação. E não só isso, mas aquele velho papo de precisar sacrificar um filme em detrimento de outro por conta dos horários coincidentes, etc.

Pois bem, mesmo que não tenha gostado tanto dos 3 estrangeiros abaixo, cada um vindo de um continente diferente, há pontos interessantes que precisam ser abordados.

DANIEL
País: França
Direção: Marine Atlan
Filme curto, enxuto e objetivo – talvez até demais – que acompanha 1 dia na vida de Daniel, garoto de 10 anos de idade que acorda pela manhã, passa no mercadinho para furtar balas e se dirige à escola. Lá, ele acaba flagrando um acontecimento que envolve uma colega de classe, e essa questão permeia todo o enredo, o que desperta no menino um sentimento ambíguo de culpa e conformação, afinal se trata de algo ponderado pela sociedade como “natural”. “Daniel” conquista pela singeleza e pela metáfora de descobrimento que a diretora e fotógrafa Marine Atlan busca trazer com os corpos em movimento daquelas crianças em uma aula de tango, além da masculinidade tóxica que acomete os homens desde cedo. No entanto, perde pontos por ser desnecessariamente aéreo em alguns momentos, e sem falar que mais alguns minutinhos de tela não fariam mal para encerrar a história de forma satisfatória.

 

TEL AVIV EM CHAMAS
País: Israel
Direção: Sameh Zoabi
Quando assistimos a uma produção que envolve o conflito de território entre Israel e Palestina, sai de baixo que geralmente é porrada. Por isso, salta aos olhos quando nos deparamos com uma comédia ambientada neste cenário caótico. “Tel Aviv em Chamas” não é somente o título deste filme, mas também da telenovela palestina dentro do filme, cuja trama fictícia aborda um triângulo amoroso entre uma espiã, um soldado israelense e um palestino. Com quem a mocinha vai ficar no final para que a audiência da novela não seja prejudicada? Aí entra em cena o roteirista de primeira viagem Salam, que busca inspirações para a trama em sua vida pessoal e também na “consultoria criativa” do delegado do posto de inspeção que ele passa todos os dias para ir trabalhar.

“Tel Aviv em Chamas” certamente vai agradar plateias de todo o mundo: é uma comédia bacana, equilibrada por momentos inspirados e outras gags bem pastelão, tontas até. Alguns diriam que aí reside o charme do filme. Eu entendo, mas o que mais me chama a atenção é a esperteza do roteiro em trazer nas entrelinhas um companheirismo entre as nações inimigas para que um produto audiovisual dê bom resultado. Metalinguagem inteligente para um filme bem despretensioso.

 

UMA CORRENTE SELVAGEM
País: México
Direção: Nuria Ibáñez Castañeda
Se alguém quiser decorar as paredes de casa e não tem ideia para um quadro, pode escolher com tranquilidade qualquer frame de “Uma Corrente Selvagem”, imprimir e emoldurar. Visualmente, é um filme muito lindo, estrelando paisagens belíssimas com um trabalho de iluminação muito bem realizado pela dupla Diego Romero Suárez-Llanos e Vicente Pouso. Por outro lado, é lamentável que é só isso o que este documentário tem a oferecer. Ambientado no litoral do México, o filme acompanha a amizade entre dois homens solitários, Chilo e Omar. O cotidiano, as histórias, os motivos que os fizeram escolher esse estilo de vida são compartilhados com o público, mas “Uma Corrente Selvagem” carece de uma unidade narrativa. É como uma brisa que passa e você nem sente, pouco leva dela.

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