Coronavírus: incertezas em meio a crise
Não se pode negar que o que estamos vivendo está e irá nos afetar. O preço exato dessa conta só virá depois de alguns anos. Lá à frente. Quando o vírus perder força, a “poeira baixar” como dizem e as nossas vidas retomarem um cotidiano com alterações resultantes destes tempos.
Muito difícil ter uma precisão agora. Saber exatamente o que está acontecendo e quais as reais condições de risco que estamos vivendo. Tudo é novo e nos deixa inseguros, o que é natural. Não temos dados precisos. Se tivéssemos todos as variáveis sob controle nenhuma decisão seria arriscada. A condição agora é de quem caminha com pouca luz. E se existe alguma está focada em nossos olhos, dificultando a visão.
Sabemos que haverá consequências. Quais seriam menos impactantes? O quanto estamos dispostos a suportar? E ter racionalidade agora é para poucos. Não se pode querer frieza em um ambiente de incerteza. Ainda mais para uma sociedade que não viveu esta experiência com tamanha intensidade.
O dilema principal é sobre o preço a vista ou a prazo da contaminação pelo coronavírus. Qual o número de pessoas que irão perder suas vidas é a principal questão. A capacidade do sistema de saúde vai ser capaz de absorver a demanda de atendimento diante da pandemia?
Quantas empresas vão fechar e quanto perderão seu emprego? O Estado terá capacidade de suportar as perdas? A falência do poder público diante da queda da arrecadação com a retração econômica pode demorar quanto tempo para ser superada?
Contudo, quanto vale uma vida? Esta pergunta tem inúmeras variáveis. Devemos sempre lutar para preservar a todos, independente de quem, quantos e como? Se pegarmos o viés econômico, temos uma imensidão de pessoas com baixa qualificação e produtividade. Elas vivem uma incerteza em tempos de economia estável e agora são os que mais devem sentir o peso da crise econômica que se desenha. Quanto vale a vida destas pessoas?
Por isso, defendo que temos que manter a vida. Vivos temos a possibilidade de mudar a trajetória das coisas. E se teremos que enfrentar as mortes, sejam quantas forem, elas não podem ter sido em vão.
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