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19 de abril de 2024

Trens do Império são atropelados por JK


Por Gilson Aguiar Publicado 10/08/2018 às 11h25 Atualizado 17/02/2023 às 22h22
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Não foi por acaso que Heitor Villa Lobos tem no título e no tema de uma de suas principais obras o trem. “O Trem Caipira” é um clássico brasileiro. Resgatar a vida no interior da Região Sudeste é lembrar do som da locomotiva. A estação já foi o ponto de partida e chegada de muitos, o começo para uns e o recomeço para outros.

Na história dos modais brasileiros, a ferrovia foi o principal e predominou da Monarquia (1822 a 1889) até a Era Vargas (1930 a 1945). O imperador sonhava em ter a pátria cortada pelos trilhos e com ele o progresso para realizar o sonho do “país gigante”. Acordaria com o som da locomotiva. Getúlio, na busca de intervir no desenvolvimento regional e tomar para si o controle do país, estatizou as redes ferroviárias, um erro, mas também um sinal de poder.

Porém, foi na toada da modernização pela via rodoviária que o nosso destino de integração eficiente foi “atropelado”. Juscelino Kubitschek deu o tom com o ronco dos motores e a propagação de rodovias pelo país. E elas não pararam de se multiplicar. Porém, sempre em condições precárias. 58,2% delas apresentam algum problema. Mais que isso, a grande maioria não são pavimentadas ou estão com pistas simples.

Nas estradas do país se transporta 61% dos produtos. Já nas ferrovias, que ainda são em grande parte, construídas há mais de 70 anos, se transporta 21% das cargas brasileiras. Sem falar das hidrovias, um modal pouco explorado e o que permitiria um fluxo de produtos e pessoas com um custo reduzido, eficiência e segurança. Hoje, pelas águas dos rios e lagoas se transporta apenas 14% das mercadorias.

Agora foi anunciado pelo governo paranaense o interesse de construir uma ferrovia entre Maracaju (MS) e Paranaguá (PR) para escoar a produção de soja. Segundo o secretário de Infraestrutura e Logística, Abelardo Lupion, 60% do grão poderia ser escoando com esta linha de trem. Segundo o representante do governo, já há três consórcios interessados. Quem bom!

Será que agora sai do papel, como a “Ferrovia Trem Pé-Vermelho”? Esperar para ver.
Vários ensaios já foram feitos para ampliar a malha ferroviária. Há uma necessidade de mudança na logística de transporte no país há décadas. Mas sempre se deixa para depois. Desta forma, o futuro do transporte de cargas e pessoas no Brasil é incerto. Afasta investimentos, encarece produtos, causa dependência, mata pessoas.

A greve dos caminhoneiros que marcou o país este ano é uma demonstração desta dependência das rodovias e o quanto ela pode nos custar caro. A mudanças não se dará de um governo para o outro, mas em um projeto de longo prazo. Uma política séria e comprometida com setores vitais da economia. Uma ação que deve ser independente de manipulações mesquinhas do poder. Não pode ser apenas uma propaganda eleitoral, tem que ser fato.

Por isso, o que temos são números desastrosos das condições da malha rodoviária, ferroviária e hidroviária do país. De resto, melhor que isso, só promessa. E delas, quando se fala em logística, o “saco” já está bem cheio.

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