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25 de abril de 2024

Dia dos Namorados: Ofereça sopros de leveza


Por Alexandra Staudt / Marketing e Varejo Publicado 28/05/2020 às 17h30 Atualizado 22/02/2023 às 22h40
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As ruas estão ficando cor de rosa. As vitrines já começaram a exibir balões de corações em gás hélio, post its para escrever mensagens, recortes em cartolina com frases fofas em corações vermelhos com olhos eu grandes sorrisos (sim, sempre me confundiu o fato de um órgão possuir olhos e boca sorridente, rs), trechos de poesias sobre o amor, como o clássico de Vinícius de Moraes…

E em meio a tanto mel que dá aos solteiros e céticos do amor a sensação de grudar os pés num mar viscoso espalhado nas calçadas, as promoções:

– Bota com 30% de desconto;
– Bolsa em couro em 10x sem juros;
– Relógio marcas famosas com desconto exclusivo;
– Ela quer joias; ele quer eletrônicos!
– Não, não! Dê vestidos, casacos…
– Espera, já sei, flores! Mulheres gostam de flores!
– Pra ele? Que tal uma bebida? Melhor, Camisetaaaaa!!!

Terceirize o carinho e transforme o amor num objeto clichê embrulhado em papel seda, numa sacola de marca famosa, ostentando um laço bem grandão!

Cartão? Pra que? Dê a sacola, um beijo e pronto! É essa a norma, data especial = presente caro!

Espera, calma, respira, repensa…

O mundo está em transformação, e com ele, as pessoas!
Não, elas não deixaram de querer presentes, mas cada vez mais, se voltam para dentro!
Os casais começam e redescobrir-se, numa rotina mais próxima. Famílias estão reaprendendo a conversar, pais passam mais momentos com os filhos e, o diálogo, o carinho, a parceria estão renascendo aos poucos nos lares.

Enquanto isso, sem baladas e com poucos bares abertos (e todos os estabelecimentos com normas rígidas quanto a lotação máxima), o público jovem descobre um velho/novo namorar. Encontrar-se para longas conversas, passear juntos, beber algo a dois, cozinhar para o companheiro… Redescobrem tarefas gostosas para serem feitas juntos, como assistir filmes e séries na televisão, passear juntos com os cachorros, ouvir música e até fazer artesanatos ou plantar pequenos jardins…

De repente, conversar por horas a fio, falar de si, ouvir, conhecer o outro e reconhecer-se um pouquinho no que ele diz, voltou a ser importante. De repente, em tempos de carência de toque, o abraço e o afago ganham espaço.

É uma população redescobrindo o valor das pequenas coisas, do “lembrei de você quando li isso”, dos gestos simples de afeto como levar o doce que ela gosta na volta do mercado ou enviar uma música no meio do dia. Um velho romantismo sendo redescoberto, no momento em que, com os sentidos mais aguçados, olhos e ouvidos anseiam por traduções mais sinceras e simples de “eu te amo”. São tempos de apreciar a beleza do ser, de apresentar-se inteiros um para o outro, numa nudez de maquiagens e máscaras sociais que andam a cair. O famoso “eu sou assim e te aceito assado”.

Poético? Simmmmm, lindo, romântico, leve… de encher o coração de doçura e pequenos suspiros.
Mas como é que eu vendo no meio disso tudo?

Ora, se o planeta inteiro está em transição, se oceanos e mares estão mudando, se todas as pessoas em todos os países do mundo estão passando por transformações, repensando atitudes, transformando hábitos, recriando seu jeito de ser. Por que você acha que vai continuar vendendo como vendia no período pré-pandemia, e mais, que isso vai dar certo?

Qual dispositivo de super ego faz você acreditar que será o único intacto, inalterado e inabalável empresário que passará por isso sem transformar seu negócio? E quando falamos em transformação, cabe lembrar do que acontece nos lares, nas famílias, nos casais… mudança, de dentro para fora, do gestor para a equipe e da equipe para o cliente! Veja, as leis estão mudando, as escolas, as universidades a arte e o jeito de fazê-la está mudando, que impulso falta para que você mude?

Adaptar-se está muito além de criar uma conta numa plataforma de e-commerce, preenchê-la com fotos still e textos descritivos cansativos e sem vírgulas e, do nada, sair vendendo online sem sequer entender o que seu público está querendo agora.

Adaptar-se requer coragem, inovação, adaptabilidade, esforço, sensibilidade…
Já não vale anunciar a bota mais barata, mas informar seu cliente que a namorada dele pode querer estar mais aquecida neste inverno, e oferecer quem sabe, um par de meias fofas para a entrega.

Já não basta parcelar a bolsa ou relógio em 10 vezes, sem incentivar seu cliente a ser gentil na entrega, talvez oferecendo um cartão personalizado com uma bela mensagem que descreva seu amor (aqui cabe um adendo: presente sem cartão não é presente! A função do presente é despertar sorrisos e a doce sensação de sentir-se lembrado, o objeto não substitui o afeto expresso no cartão ou mesmo bilhete.).

Outra ideia? Simmm, flores! Por que não, oferecer mudas em lindos kits para serem cultivados juntos? Já pensou na diferença enorme que faria se ele lhe oferecesse um vaso com a flor que ela ama e que ele plantou especialmente para ela? E o contrário, se ele gosta de cozinhar, que tal um kit de temperos + livro de receitas que ele possa fazer? Ah sim, você vende eletrônicos. Ok, ofereça um cartãozinho em papel semente para que ele entregue um toque de amor juntamente com o presente!

Quando falamos em datas sazonais, campanhas publicitárias do mundo inteiro já entenderam que as pessoas anseiam por sentimento! Elas querem anúncios doces, músicas suaves, realidade! Basta de mulheres hiper maquiadas em carros de luxo chegando para um encontro no dia dos namorados, quando ele nem foi buscá-la, mandou um motorista. O público quer se enxergar na campanha, e ele quer sorrir com ela.

Aqui, para pensar em venda basta pensar no inverso! Ao invés de pensar em como vender, pense em como seria receber o produto que você vende como presente! E mais, pense em como você pode tornar esse presente mais doce e encantador, como se fosse para a pessoa que você ama.
No marketing, vale sempre aquela regrinha da vida que mamãe ensina quando ainda somos crianças: Como você gostaria que fizessem para você?

Pauta do Leitor

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