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19 de abril de 2024

É hora de retornar ao trabalho. Por onde começar?


Por Alexandra Staudt / Marketing e Varejo Publicado 07/04/2020 às 19h50 Atualizado 23/02/2023 às 12h41
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O retorno gradual ao trabalho traz consigo as indagações que muitos empresários e gestores estão se fazendo, todos os dias: MINHA EMPRESA VAI QUEBRAR? TEREI QUE DEMITIR MEUS FUNCIONÁRIOS? APÓS VÁRIOS DIAS SEM TRABALHO, COMO RETORNAR ÀS ATIVIDADES E RETOMAR MEU CRESCIMENTO? Como? Como???

Bem, a receita é simples, basta um pouquinho de açúcar, ovos, farinha de trigo… Bem, se fosse receita de bolo seria muito mais fácil, concorda?

Aqui temos duas alternativas:
Ceder ao desespero total, entrar em absoluta recessão, demitir funcionários, bloquear pagamentos…
Buscar oportunidades, firmar parcerias, divulgar, criar…
Aqui cabe lembrar daquela fábula das moscas que caem no copo de leite, conhece? (2 moscas caem num copo de leite, uma percebe logo que não conseguirá sair do copo, fecha os olhos e aguarda a própria morte. A outra, não desiste e bate as asas loucamente até perceber que o leite vira manteiga e, exausta, consegue sobreviver).

Claro que não há possibilidade de uma mosca sobreviver a isso, mas a fábula é absolutamente coerente no momento econômico atual. Você vai abraçar a zona de conforto, fechar os olhos e aguardar a própria derrocada ou baterá as asas loucamente em busca de novas oportunidades para, mesmo exausto, sair vitorioso?

É claro que empreender no Brasil não é fácil e que os desafios do momento são muitos, mas sempre há algo novo para ser visto, para isso, basta desviar o olhar daquela órbita comum em que você costuma pensar e, procurar. Bem, também é fato que todos, consumidores e empresários, sairemos deste período de quarentena diferentes.

A crise atual, o fato de não poder sair de casa, o medo da doença… tudo isso colaborou para uma mudança nos hábitos de consumo que não deve retroceder ao mesmo patamar pré-crise. Pessoas que antes não cogitavam usar o smartphone para pedir suas refeições se rendem ao conforto oferecido pela tecnologia e, habituadas e encantadas com a possibilidade de ter o que quiserem, ao alcance das mãos, não devem abandonar o delivery.

Por outro lado, empresas que se mantinham à margem dos avanços tecnológicos, naquela mesma lojinha, com caixa registradora e uma placa desbotada na fachada – aqueles mesmos estabelecimentos que nos geram certa nostalgia, na sensação de retornar aos anos 80 toda vez que adentramos neles e cujo empreendedor se recusa a mudar com a desculpa de que “eu sempre fiz assim”, – finalmente se deram conta de que é preciso adentrar o mundo digital, e que isso é questão de sobrevivência. Sim, o ar retrô precisará ficar somente na decoração, no bule de café e nas canecas esmaltadas. Talvez alguns quadros possam cair bem…

Fato é que o mundo e o mercado pedem dinamismo e coragem de mudar. Como ocorre em períodos pós guerra, quando o público se enche de esperança pelo recomeço e, impulsionado pela tecnologia e descobertas dos tempos de conflito (sim, grandes avanços tecnológicos acontecem em tempos de guerras no mundo todo) e quer mudar!

Ok, mas onde encontrar oportunidades? Ora, do lado de fora daquela caixinha onde seu pensamento costuma orbitar. É momento de firmar parcerias, realizar ações colaborativas, crescer e fazer crescer. Fazer crescer é muito importante. Veja, se o mercado está em colapso, e você tem algumas economias, quantos meses você poderá sobreviver delas sem reinvesti-las?

Quantos parceiros sua empresa vai suportar “queimar” enquanto se recusa a honrar suas dívidas usando como pretexto a atual crise? O momento é de negociação, redução de custos, corte de juros, diluição de dívidas posteriores, mas se há falta de dinheiro, você concorda que mais do que nunca, ele precisa girar? Sente-se com seu parceiro e busque uma solução junto com ele, assim, solução boa para ambos vai gerar fortalecimento da parceria e crescimento mútuo.

Acima de tudo, sua empresa é feita de gente, e gente, precisa de gente. (sim, três vezes GENTE, para deixar o parágrafo bem claro).
Pense comigo, se você possui uma panificadora e no momento não pode abrir como café, para que seus clientes consumam no interior da sua loja, você pode começar disponibilizando um cardápio exclusivo para delivery.

Que tal oferecer opções de: “café da manhã em casa, chá da tarde no escritório, lanchinho especial para as crianças, bolinho pequeno para o aniversário”… Sim, as pessoas estão em casa, mas em família, e não param de se alimentar, nem de buscar estratégias para alegrar as crianças, e nem deixam de fazer aniversário. Firme parceria com uma empresa de decoração, que pode fornecer alguns kits para uma comemoração em casa, ou com uma empresa que ainda esteja trabalhando e precise oferecer lanche aos colaboradores.

Busque artistas que possam ser parceiros para se apresentarem na sua loja em um possível evento de “lançamento outono-inverno”, sim, temos que concordar, a coleção de verão vai ter que ser liquidada, é hora de focar na nova estação.

Se você possui um escritório com bastante espaço livre, cogite compartilhá-lo com alguém em ambiente colaborativo. Assim você reduz custos e ainda acrescenta uma atividade complementar ao espaço em que está, seu networking cresce e você cresce junto.

Demonstre preocupação com sustentabilidade, reduza descartáveis, ofereça copos e xícaras a colaboradores e visitas. Reduza papel, trabalhando com documentos online. Reduza combustível fóssil criando um “rodízio de caronas”… Reduza.. reduza… mas com coerência.

REINVENTE-SE

Os clientes estão em casa e; embora provavelmente em menor proporção, eles vão retomar o consumo. Eles passaram um bom tempo na internet, acompanhando notícias e avaliando você. Será preciso conquistá-lo mais que pelo preço ou prazo de pagamento, ele vai querer saber o que você está fazendo para a sua comunidade sair da crise, e o que você fez com as famílias que dependem de sua empresa, sim, porque uma pessoa no mercado de trabalho representa muito mais que a si mesmo, mas toda uma família que dela depende, financeira, emocional e psicologicamente.

Então, não vale apertar o cinto das despesas através de oportunismo, pedindo para o artista local se apresentar de graça em troca de divulgação, e nem recorrer a pequenos favores que na sua planilha orçamentária nem farão diferença. Não vale leiloar serviços que você sabe que estão com preço justo aproveitando-se do fato de seu parceiro estar com pouco fluxo de caixa. Novamente, pergunte. Pergunte ao seu parceiro se ele precisa de algo, se pode abrir exceções, se há como ajustarem as necessidades de ambos… pergunte ao seu cliente como ele deseja consumir, pergunte, pergunte… Seja para eles um parceiro fiel e comprometido.

Oooou, feche os olhos com força e aposte na velha receita: 4 ovos, 2 xícaras de açúcar, 3 xícaras de trigo…

 

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