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23 de abril de 2024

Kairós


Por Elton Tada / Passeio Publicado 27/11/2019 às 18h00 Atualizado 25/02/2023 às 03h18
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Existem basicamente duas forma de se lidar com o tempo. Uma é medi-lo, a outra é vivê-lo. É óbvio que a vida que vivemos hoje nos exige muito controle sobre o tempo que se mede. Se perdermos algum tempo fazendo o que não precisamos, não daremos conta de fazer tudo aquilo que precisamos. E assim seguimos medindo. Controlando. Mas, enquanto controlamos, o outro tempo continua ali, pronto para ser vivido. Esse é o tempo que chamamos de Kairós. Kairós é o momento oportuno de ser das coisas. Normalmente não percebemos, mas esse é o tipo de tempo que mais nos importa.

 

Eu, assim como grande parte da população mundial, sofro de ansiedade. A ansiedade é originalmente uma ferramenta para não sofrermos, mas acaba que conseguimos sofrer dela mesmo assim. Se não conseguíssemos projetar o futuro e temer respeitosamente essa projeção, viveríamos à deriva dos dias. E, os dias fazem o que bem entendem. Apenas vem e vão, trazem e levam. Mas, a ansiedade que se sente hoje é diferente. É a ansiedade por medo de insignificância em uma vida que é feita justamente para não ter sentido.

 


Como assim a vida é feita para não ter sentido? Exatamente! Busca-se sucesso, dinheiro, reconhecimento e conforto. Mas será que é isso que realmente importa? Parece que a vida teria sentido se buscássemos paz, justiça, amor e saciedade. Somos sistematicamente treinados para querer sempre mais e mais e mais de coisas que não nos preenchem. Nos ensinam tanto que precisamos ser produtivos enquanto ninguém fala nada sobre sermos úteis.

 


Na escola nos ensinaram a ver as horas no relógio, a contá-las e a dominá-las. Mas não neceriamente nos ensinaram sobre o tempo e sobre sua santiade. Não acredito muito na frase “quando tiver que ser, será”, porque parece que estamos nos esquivando de planejar o que é preciso fazer para que se chegue lá. Mas acredito muito que somente o que deveria ser, é. Ou seja, não dominamos o tempo das coisas. Não dominamos a chuva no dia do passeio. Não dominamos as curvas que a saúde faz ao longo da vida. Mas, poderíamos sim dominar como reagimos quando a doença aparece. Existe o tempo de cada coisa. Realmente existe um tempo para plantar e um outro tempo para colher. Caso contrário a vida simplesmente não vive.

 


Podemos, se quisermos, agradecer. Agradecer ao tempo, por ser oportuno e por nos dar oportunidades. Agradecer, em coro com Mercedes Sosa, à vida que tem nos dado tanto. Agradecer por tudo aquilo que é gratuito e fazer menos questão de tudo o que é pago. Agradecer, sobretudo, ao momento em que nos é oportunizado o amar. E, amar.

 


Amar é aceitar o chamado do tempo para estarmos por inteiro. E isso, não se mede. Não dá nem tempo de medir.

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