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23 de abril de 2024

Luzes da cidade


Por Elton Tada / Passeio Publicado 19/12/2019 às 13h30 Atualizado 25/02/2023 às 08h23
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Particularmente acho muito bonito como a cidade se arranja na época do natal. Por onde você passa há uma decoração, uma lembrança, uma chance de experimentar uma face do tempo. Mas, as luzes da cidade não são tudo o que devemos perceber nessa época do ano.


A marcação do tempo foi inventada como uma forma de organizar nossa existência, mas nem sempre dá conta de desenvolver bem seu papel. Às vezes precisamos de um pouco mais de atenção para percebemos como somos transladados por tudo aquilo que está ao nosso redor. E existem tantas distrações. E as distrações são tão mais divertidas do que o peso solene da presença na vida.


Vou fazer o que mais faço e o que mais me dá prazer, te convidar a pensar comigo. Chegamos a mais um fim de ano, mais um ciclo completo, mais uma volta cambalente em torno do sol. E, ao invés de te fazer as perguntas clássicas sobre qual é o saldo do seu ano e quais são suas intenções para o ano que vem, te desafio a pensar em algo um pouco diferente. Findado esse ciclo, quanta vida ainda te resta? Não, não quero saber apenas quanto tempo de vida ainda te resta, mas sim quanta vida ainda te resta para viver.
Nós medimos a vida com anos, meses, dias e horas assim como podemos medir o peso da água sem perceber que a qualquer momento ela pode simplesmente evaporar.


Evaporar.


Não quero que você deixe de presentear seus amigos e sua família nesse fim de ano. Não espero que você se torne um minimalista ou essencialista. Não critico quem trabalha até mais tarde pra garantir a quitação dos boletos de janeiro. Está tudo bem. Só quero que você se pergunte se é isso que é viver. Se é isso que você deseja da sua vida sabendo que o ano que vem não existe, ele é só uma esperança ingênua para aquecer nossos corações.


O hoje existe. Agora existe. Agora é o momento em que ainda não evaporamos. Agora é o único momento em que nos é dada a benção de viver.


As luzes da cidade me lembram que quero toda beleza da vida pra mim e que viver menos que isso é besteira. Me lembram que quero estar com quem amo, acertando e errando, mas sem deixar de amar. Me lembram que só o amor é resistência nesses dias em que se tenta dar afeto com comidas e brinquedos.


Às luzes não cabe evaporar.

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