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25 de abril de 2024

Pandemia


Por Elton Tada/Passeio Publicado 11/03/2020 às 00h00 Atualizado 23/02/2023 às 19h31
 Tempo de leitura estimado: 00:00

De vez em quando acontece algum evento diferenciado que mexe com as estruturas o mundo. Pode ser uma grande tragédia natural, ou uma nova doença. A questão é que de vez em quando somos obrigados a parar para darmos atenção a algum evento específico.


Agora é a vez de um vírus, que se alastra com facilidade e que pode levar algumas pessoas a óbito, especialmente idosos e quem já tem alguma condição de saúde frágil. A China já se viu alarmada pela situação, e agora é a vez da Itália mandar todo mundo ficar quietinho dentro de casa esperando o risco passar.


É uma pena que pessoas estejam morrendo por conta de um novo vírus, mas devemos aproveitar a situação para aprendermos algo. Se você se inscrever hoje em uma academia para aprender uma arte marcial, desde o início vai ver que existe uma lógica, algumas regras que regem o comportamento da luta. Você não se expôe sem necessidade, não esquece de se defender e ataca com assertividade. Ninguém vai lograr uma vitória se não estiver profundamente presente, atento, com a técnica e o condicionamento em dia.


Quando existem epidemias de doenças em uma sociedade, existem também técnicas que são desenvolvidas cientificamente e politicamente para defender o grupo de um mal maior. Algumas vezes as técnicas funcionam melhor do que as outras, mas é importante questionarmos o quanto a sociedade consegue estar presente, atenta a essa situação.


O coronavírus chega no Brasil e faz seu papel de anunciar um risco iminente. É certo que temos que buscar todas as técnicas possíveis para nos protegermos. Entretanto, não podemos deixar de proteger também nossa visão. Sim, acontece que sofremos de um problema crônico de visão. Daqui a alguns dias – talvez meses – vamos nos acostumar com as notícias sobre essa doença, e aquilo que era assustador vai se tornar cotidiano. Nesse momento baixamos a guarda e deixamos que o inimigo tome conta.
Olhe com atenção. Vivemos uma epidemia de Dengue há anos consecutivos. O HIV/Aids volta a crescer em proporção assustadora. Os feminicídios superam qualquer expectativa de um país civilizado e a crueldade chega a níveis monstruosos. Todas essas situações são mais perigosas do que o novo vírus, mas elas não recebem a mesma atenção, pois são parte do cotidiano.


Um remédio que deveríamos tomar agora é o desacostumar. Temos que tirar da normalidade aquilo que é bizarro e olhar com estranhesa tudo aquilo que nos ameaça. Mais do que qualquer doença física que estamos enfrentando, estamos doentes pela indiferença, pelo mais do mesmo que consome e silencia nossas almas.


É bem provável que eu e você não morramos de corona vírus. Mesmo assim, vamos aproveitar para perceber como está o nosso mundo. É bem provável que vamos morrer em uma sociedade violenta, perigosa, injusta, desigual, relaxada, porca, desfuncional e estúpida. Talvez você não consiga ver direito, mas essa situação é pavorosa.


Não vai ficar tudo bem quando essa crise passar.


Vivemos uma pandemia de ignorância.

Pauta do Leitor

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