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24 de abril de 2024

Poeira


Por Elton Tada / Passeio Publicado 04/09/2019 às 14h30 Atualizado 24/02/2023 às 03h15
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Medir é comparar. Óbvio. Sempre há algum tipo de padrão, que pode ser um sistema de medidas validado ou um item aleatório que adotamos como referência. Por exemplo, em relação a pessoas extremamente bonitas, nós podemos ser considerados feios. Mas, não podemos esquecer que existem pessoas que parecem ter sido mastigadas pelo diabo e vomitadas no mundo. Comparando com essas pessoas, somos até bonitinhos. O grande problema não está na comparação em si, pois isso todo mundo faz, todo mundo conhece. A questão é que por vezes nos enrolamos no raciocínio e escalonamos moralmente os mais diversos aspectos da vida.


A pessoa mais bonita não é melhor do que a pessoa menos bonita. A pessoa mais rica não é melhor do que a pessoa pobre. Aliás, a pessoa mais rica não é melhor, não é sinônimo de ter sido melhor sucedida em suas empreitas, não é necessariamente mais capaz, não detém necessariamente uma técnica melhor e definitivamente não merece um tratamento diferenciado por conta de sua fortuna. Mas isso, infelizmente, está longe de ser aceito em nossa sociedade. Pelo contrário, a pessoa que tem uma moto financiada se acha melhor do que quem anda de ônibus, quem tem um carro popular 2005 se acha melhor do que quem anda de moto, e quem tem uma caminhonete nova com alta tecnologia acha que pode parar rapidinho em faixa dupla para pegar seu bebezinho de 17 anos na escola – vão-se os bois, mas na mentalidade permanece a carroça.


O mais interessante desse fenômeno contínuo de comparação moralizante é que quem é subjugado normalmente valida a opressão de seu opressor, achando justo ou natural que a donzela escolha ficar com o outro cara, pois ele tem um apartamento grande no centro e eu moro em uma kit net alugada. Isso não faz o mínimo sentido.


Olhe para o céu. Se você vê o brilho de uma estrela qualquer significa que aquela luz tem viajado há muito tempo, por uma distância quase inimaginável para finalmente tocar seus olhos, que com um mecanismo inteligentíssimo, transforma essa luz em sinais que serão lidos pelo seu cérebro e transformados em imagem na sua mente. Nada disso é milagre. É apenas a verdade do ser. Como diz a música, tudo o que somos é poeira no vento.


Para a existência somos todos bem pequenininhos. A vantagem é que somos basicamente todos iguais. A exceção é quem se acha mais. Esse se torna praticamente nada.

Pauta do Leitor

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