Tiago Valenciano analisa o começo da campanha eleitoral em Maringá
“Mais do que no ‘soquinho a soquinho’, no corpo a corpo, também está no abraço a abraço”. O cientista político Tiago Valenciano falou sobre o começo da campanha eleitoral e apontou sobre as aglomerações que ocorreram no final de semana.
“A gente não está falando de um candidato específico não, de todos. Eu dei uma passeada pelas redes sociais dos candidatos esse final de semana e o point do fim de semana foi a feira na Mauá. Misteriosamente, a classe política redescobre a feira da Mauá no período da campanha. É o point mais acessado da cidade. Todo mundo vai na feira da Mauá fazer aquela foto clássica com o pastel da feira e falar que ‘luta pelos feirantes’. Só que a maioria dos feirantes da Mauá, uma boa parte na verdade, não daqui de Maringá. É gente que está em Nova Esperança, é gente que produz em Marialva, Sarandi, entre outras cidades”, afirma Valenciano.
“Além da feira da Mauá, nós tivemos eventos, inclusive ‘fechados’, mas com mais de 100 pessoas, todo mundo com bandeira na mão, se aglomerando e foi até objeto de denúncia. E, também, teve ‘adesivaço’ de candidato, tirando foto no final todo mundo junto um do lado do outro”, acrescenta
O cientista político que a preocupação existe já que a pandemia não acabou. “Ela está ainda na cidade, os casos, ainda bem, vem diminuindo, é uma tendência nacional, do estado do Paraná e em Maringá também. Só que parece que vale tudo na campanha eleitoral: é essa que é minha preocupação”, aponta.
Valenciano diz que as eleições municipais são diferentes das eleições presidenciais, o eleitor espera o corpo a corpo dos candidatos para definir quem irá votar. “A internet não está resolvendo, a campanha para prefeito e para vereador é ainda uma campanha ainda muito paroquial, as pessoas querem contato, querem saber quem são os políticos. Se você perguntar para quem você vai votar para vereador, a maioria do eleitor vai dizer o seguinte: estou esperando vir alguém aqui em casa. Então o eleitor ainda quer esse contato, ele ainda quer bater papo, ele quer conversar com o vereador, ele quer saber quem é quem”, explica.
“Portanto, nós ainda vamos ter uma campanha abraço a abraço e corpo a corpo também, não vai ser só essa campanha online que todo mundo esperava e a prova disso foi esse final de semana. Passou uma semana da possibilidade de fazer campanha e já saíram os materiais. Então os candidatos puderam, nesse final de semana, dar esse volume, essa cara de campanha. Mais do que os carros adesivados, agora tem papel, e o eleitor guarda o papel na carteira e pode levar a famosa ‘colinha’ para a votação”, conclui o cientista político.
