Como se preparar para o concurso da prefeitura de Maringá
Foco, disciplina e dedicação são características fundamentais para quem deseja se sair bem como concurseiro. Mas como levar isso para a prática e se preparar de verdade para o concurso? O concurso da Prefeitura de Maringá, que teve as inscrições abertas no dia 19 de agosto, teve um total de 19.853 inscritos, que disputarão 183 vagas em diversas áreas. Os salários chegam a R$ 15.869,93.
São mais de 90 vagas para médicos de diversas especialidades, além de vagas para o cargo de professor e outras áreas, como arquiteto, biomédico, fonoaudiólogo, enfermeiro, geógrafo e contador. O GMC Online conversou com o proprietário da franquia de Maringá da Damásio Educacional, escola preparatória para concursos, que deu dicas para quem está se preparando e falou sobre sua própria experiência como ‘concurseiro’. O advogado e empresário César Henrique Quirino Simões destaca que a primeira dica é: “sentar e estudar! Não tem segredo nem milagre! Sem esforço, dedicação e muito estudo, o candidato não vai obter êxito”.
Ele ressalta que em concursos de Prefeitura as matérias variam de acordo com o cargo e com a respectiva Prefeitura. Porém, além do conhecimento técnico exigido em cada área, como direito, medicina, enfermagem e contabilidade, algumas matérias são comuns a todos os concursos e podem cair com mais frequência. “Por exemplo, Português e Matemática aparecem para todos os níveis. Para ensino médio e superior completos, também costumam ser cobradas Informática, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Gerais. Há também matérias especificas ou legislações municipais, que variam de uma prefeitura para outra”, explica.
Nesse contexto, segundo ele, para quem almeja concursos municipais, o ideal é se preparar com antecedência e focar nas matérias comuns, que normalmente são cobradas em todos os certames (incluindo, neste caso, as matérias de cada área), estudando as disciplinas mais específicas, que variam de uma prefeitura para outra e cujo conteúdo é bem menor, após a publicação do edital.
Para fixar melhor o conhecimento, ele recomenda que o candidato procure ensinar outras pessoas. “Vale aqui aquela velha máxima de que a melhor forma de aprender é ensinar. Assim, uma boa opção é formar grupos de estudo para trocar ideias e interagir com outros concurseiros. A tecnologia, hoje, reduz distâncias e facilita muito essa interação, até mesmo com candidatos de outras regiões do país. Outra ótima opção é criar um canal no YouTube, por meio do qual você pode treinar a fala e articular o conhecimento, facilitando a fixação, além, é claro, de ajudar outras pessoas”.
Com uma experiência de dez anos na Damásio, ele avalia que, de modo geral, a maior dificuldade dos concurseiros é manter a disciplina pelo longo período de preparação.
“O maior erro, sem dúvida, é não estudar com antecedência. Começar a estudar de forma alucinada depois que o edital é publicado. Achar que vai passar em concurso estudando por dois meses. É até possível para certos cargos, desde que, é claro, o candidato tenha uma boa base, mas não é a regra. Outro erro comum é estudar sem organização, sem um cronograma de estudos e sem seguir o direcionamento de nossos professores”.
Para ele, procurar um cursinho preparatório se tornou essencial, já que os concursos estão cada vez mais difíceis e disputados, o que torna o caminho da preparação costuma ser longo. “O curso preparatório vai encurtar consideravelmente esse caminho, pois vai direcionar os estudos para os temas de maior incidência, orientar quanto ao perfil da banca examinadora, além de sempre levar ao candidato preciosas dicas para otimização do aprendizado”, justifica.
A experiência como ‘concurseiro’
Advogado por formação, César decidiu virar ‘concurseiro’ já no primeiro ano da faculdade de direito. Ele conta que estudava especificamente para o Ministério Público (para o cargo de promotor de justiça) e só prestava concursos em São Paulo. “Cheguei a prestar para a Magistratura uma vez. Eu não achava viável investir em viagens a outros Estados, pois não me considerava ainda preparado o suficiente para a aprovação. Hoje vejo o quanto estava errado, pois passei em todas as provas de primeira fase que prestei, incluindo uma vez na Magistratura (juiz de direito)”.
O empresário relata que chegou a fazer 90 pontos na primeira fase do MP de SP (promotor de justiça). Quando decidiu prestar concursos para outros cargos e em outros Estados, logo obteve a aprovação. “Passei na Procuradoria de Florianópolis, mas, como eram pouquíssimas vagas e ia demorar muito para ser chamado (se fosse chamado), e nessa ocasião surgiu a oportunidade de ser franqueado Damásio, optei por tornar-me empresário”, diz.
Foram aproximadamente dez concursos prestados até a aprovação, o que ele considera um número baixo. “Como disse, fiquei um bom tempo só prestando em São Paulo, o que, ressalto, foi um erro. Sempre recomendamos aos candidatos que prestem o máximo possível de concursos, para vários cargos e em outros Estados. Além de conquistar experiência com diferentes bancas, há muito mais chances de aprovação”.
Para conquistar a aprovação, as maiores dificuldades foram manter o foco e a disciplina, além de “recusar os convites dos amigos para as baladas”, brinca.
“Em minha época de concurseiro, eu ministrava aulas personalizadas e mentoria para grupos de candidatos a carreiras jurídicas (para os cargos de juiz, promotor, procurador, defensor, delegado de polícia, delegado federal, etc). De um modo geral, considerando o longo tempo de preparação para tais concursos, a maior dificuldade é manter o foco e a disciplina”.
Disciplina, horas de estudo e tranquilidade
Questionado sobre o que foi determinante para passar e se preparar para um concurso público, César garante: disciplina e horas e horas de estudo! Especificamente no dia da prova, o que foi determinante, segundo ele, foi a tranquilidade. “Como não era o concurso para o qual eu estudava, fiz a prova bem tranquilo e despreocupado, o que me permitiu desenvolver melhor a peça prática e as questões dissertativas”, destaca.
Organizar uma rotina de estudos, segundo ele, é algo muito particular e que depende de uma série de fatores, como perfil do candidato, horas disponíveis para estudar e ambiente de estudo. “O ideal é compreender qual é sua forma de aprender (se é visual, auditivo ou cinestésico) e procurar adaptar seu programa de estudo ao tempo disponível e a suas características pessoais. Isso vai garantir uma assimilação mais eficaz, otimizando os estudos, e tornar essa tarefa mais agradável”, explica.
Estudar o perfil da banca também e fundamental, já que, segundo Cesár, é isso que vai determinar a melhor estratégia de preparação e direcionamento dos estudos.
Mas seja qual for o método de aprendizado mais indicado para a pessoa, o importante, segundo ele, é começar com calma e ter foco no autoconhecimento. É importante adaptar seu programa de estudo ao tempo disponível e a suas características pessoais. “É uma forma de otimizar o tempo, garantir melhores resultados e fazer dessa jornada algo agradável, e não penoso. E olha, posso garantir por experiência própria: à medida que você avança nos conteúdos e adquire mais conhecimento, estudar pode ser algo fantástico, deleitoso, agradável”.
Se pudesse dar uma “dica de ouro”, ele diz que, na verdade, não tem segredo. É sentar e estudar. E treinar muito, sempre reservando um tempo para resolver questões. “Se possível, preste o máximo possível de concursos, mesmo para outros cargos e em outras cidades ou estados. Aqui, uma ótima dica é tentar antes um concurso para cargo menor e, depois, já com a segurança de ter uma remuneração, preparar-se para o concurso dos seus sonhos. Vale ainda ressaltar a importância de um bom curso preparatório para manter-se sempre atualizado e direcionar seus estudos aos temas de maior relevância”.
“Enfim, ter disciplina, autoconhecimento e, principalmente, persistência. Não desanime se não passar, ainda que seu desempenho tenha sido bem abaixo do esperado. É normal prestar muitos concursos antes de obter a tão almejada aprovação. Como dizia o nosso grande mestre, o Prof. Damásio de Jesus, só não passa quem desiste, ainda que seja na vaga daquele que desistiu”.
‘Seja assertivo’, diz estudante que disputará vaga no concurso da Prefeitura de Maringá
O técnico em prótese dentária Matheus Vaz Bueno da Silva, de 25 anos, resolveu disputar uma vaga em concurso público há seis anos, pelo desejo de conquistar uma segurança de emprego e também melhorar a vida financeira. Ele, inclusive, já chegou perto de uma aprovação, para trabalhar na Prefeitura de Suzano (SP), cidade onde mora. Atualmente, ele se prepara para o concurso da Prefeitura de Maringá, para a vaga de enfermeiro.
Ele conta que estuda sozinho, e aproveitar qualquer tempo e lugar para estudar. “Qualquer lugar pode ser usado pra estudar, até na condução se for a hora livre”, diz. A falta de tempo é, inclusive, uma de suas maiores dificuldades, além da motivação. “Foco e dedicação, é o mais básico e mesmo com outras limitações a pessoa pode tentar buscar este sucesso”, acrescenta.
‘Concurseiro’ já experiente, ele ensina: estudar em cima da hora para estar tudo fresco na memória não ajuda e você esquece tudo. “Algo que aprendi é ler editais, por mais óbvio que possa parecer. Até as matérias que irão cair na prova geralmente aparecem no edital”, acrescenta.
A dica de ouro para quem quer se preparar para o concurso, segundo Matheus, é:
“Ser assertivo no que estudar, procurar saber com clareza para ter um desempenho melhor nas questões”.
