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24 de abril de 2024

Herói com drible ‘à lá Neymar’, Cirino é nascido e formado em Maringá


Por Chrystian Iglecias Publicado 19/09/2019 às 19h25 Atualizado 24/02/2023 às 07h29
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O Furação passou devastante e deixou três dos maiores gigantes do futebol brasileiro apenas nos destroços. Histórico, o atual Athletico Paranaense, vive, quiçá, o melhor momento de sua história e um dos maiores do Paraná a nivel nacional. Um fato que não chamou tanta atenção assim, todavia, são as raízes maringaenses deste título da Copa do Brasil de 2019, conquistado nesta quarta-feira (18), no “gigante da Beira Rio”.

Todos viram, isto sim, o drible magnífico aplicado pelo atacante Marcelo Cirino em Edenílson, antes de passar por Lindoso e deixar Rony na cara do gol para selar a primeira Copa do Brasil do rubro-negro paranaense. Da geração 92, o camisa 10 do Furacão imitou, em terras gaúchas, o grande expoente dela. Vai dizer que não lembrou de um tal Neymar da Silva Santos Júnior na hora do lance?

Calma, guardemos as devidas proporções. Certo é que a caneta de letra é parte do repertório de magias do “craque incompreendido” – alcunha que Marcelo Cirino também pode tomar para si.

Nascido em 22 de janeiro de 1992, em Maringá (!), o atacante viveu dias difíceis na Cidade Canção. De família simples, Marcelo encontrou no futebol a chance de se tornar “alguém na vida”.

Para isso, o agora protagonista de um momento mágico na história do futebol paranaense, contou com a ajuda de um renomado técnico de base da região. O influente Natto Santos, fundador da empresa N5 Soccer, e hoje treinador na escolinha de futebol do Instituto Alex Santos (IAS), foi o responsável por oferecer as condições básicas de vida para um adolescente franzino e de mente comprometida.

“Eu me orgulho muito de ter sido importante no início da trajetória do Marcelo. (…) Dei estrutura básica pra ele, alimentação, o primeiro celular e a primeira bicicleta. Até as chuteiras eu precisei comprar pra ele”, conta Natto.

Enquanto passava pelos cuidados e pelas mãos influentes de Natto Santos, Cirino teve a chance, inclusive, de fazer uma avaliação no São Paulo Futebol Clube, em 2008. O Athletico, porém, entrou em cena e ofereceu uma proposta, que foi aceita pelas partes.

“Era mais perto de casa. (…). Acertamos este acordo com o Athletico, colocando uma procuração com o pai dele. Depois, surgiu a minha empresa, a N5”, disse o treinador.

Cirino, então, partiu para Curitiba. Cria da casa, o atacante, agora, usufrui de todos os méritos. Sua primeira passagem durou até 2014, marcando 31 gols. Foi pelo Athletico, inclusive, que ele disputou sua primeira final de Copa do Brasil, mas o Furacão acabou derrotado pelo Flamengo na final, em 2013.

No primeiro jogo daquela decisão, Marcelo Cirino marcou o gol do Athletico no empate por 1 a 1, na Vila Capanema. Um ano e meio depois, o maringaense iniciava a temporada 2015 em frente com grande expetativa em frente à maior torcida do Brasil. Na chegada, uma empolgação desnecessária virou meme: “Não sei se chegarei ao porte de Zico”, disse Marcelo, à época.

Não chegou. Passou a mil pés. Os números, apesar da passagem ter sido decepcionante, não foram ruins. Em 2015, foram onze gols, e em 2016, doze. O fim da passagem, porém, foi errática, fazendo com que parte da torcida o condenasse. Num dos últimos jogos, no entanto, Cirino recebeu o apoio da “nação” ao entrar no segundo tempo de uma partida contra o… Athletico. Era a fase de grupos da Copa Libertadores 2017.

Em abril daquele ano, o Flamengo emprestaria Cirino para o Internacional, em mais uma passagem apagada, e, depois, para o Al Nasr, dos Emirados Árabes. Com boa trajetória no oriente, além de uma conta bancária mais cheia, o atacante ganhou a chance de voltar à origem.

Em julho do ano passado, o Athletico oficializou o retorno de Marcelo Cirino, que, na apresentação, afirmou que precisava de um título para coroar sua história no Furacão.
Dito e feito.

Um não, dois. Primeiro, a Sul-Americana de 2018. Agora, a consagração, com o protagonismo na final da Copa do Brasil. Por isso, Maringá deve, sim, se orgulhar de sua joia.

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