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16 de abril de 2024

Homenageada da Câmara de Maringá luta por direitos da mulher


Por Lethícia Conegero Publicado 07/03/2020 às 12h08 Atualizado 23/02/2023 às 20h13
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“Por muito tempo eu achei que eu queria ser menino, mas não era por eu não me identificar com o meu gênero, era porque eu queria a liberdade que eles tinham”, conta Evelin Cavalini, de 33 anos. “Os meninos tinham a liberdade de brincar com o que queriam, de sentar como queriam. Para eles, perguntavam se queriam ser médicos ou advogados. Para mim, perguntavam se eu queria casar e ter filhos. E eu tinha apenas nove anos”, acrescenta.

Foi na busca por respeito, igualdade e liberdade que Evelin Cavalini entrou na luta a favor das mulheres. E na próxima terça-feira, 10, às 10h, ela será homenageada por isso na Câmara de Maringá. Todos os anos, no mês de março, cada vereador escolhe uma mulher para receber o título do Mérito Comunitário, pelos trabalhos prestados à comunidade maringaense. Ela foi escolhida pelo vereador Mário Verri.

Nascida em Sorocaba, interior de São Paulo, Evelin Cavalini saiu de casa aos 16 anos e mudou-se para Maringá para cursar Produção Audiovisual. Hoje ministra palestras sobre o feminismo, enfrentamento à violência contra a mulher e direitos e vivências LGBT.

Ela também é membro do Conselho Municipal da Mulher, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), do Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e co-realizadora do Brasilianas, curso gratuito de formação política para mulheres.

“Percebi que só falar e só fazer militância de rede social não era suficiente, então comecei a entrar no engajamento real. Comecei a procurar formas de lutas, grupos e associações para participar mais ativamente. E senti falta em Maringá da existência de um coletivo de mulheres, então fui galgando espaço para trazer conhecimento, base teórica e legitimidade para poder falar sobre isso”, destaca.

Cavalini também é co-fundadora do movimento “Nenhuma a Menos”, que nasceu com o Ato de Repúdio ao Feminicídio realizado no início de fevereiro, após a morte da bailarina Maria Glória Poltronieri. São mais de 30 mulheres à frente do movimento, que não se dissolveu após a manifestação e agora está prestes a se tornar uma associação.

Citando Martin Luther King, Evelin Cavalini diz que tem um sonho e que ele, finalmente, começou a tomar forma. “Quando eu vi que o movimento Nenhuma a Menos não ia morrer, que não ia ser só pela Magó, e que finalmente as mulheres acordaram, eu percebi que não haverá um vácuo de tempo não-feminista. Acredito que ele está plantado socialmente e que não haverá mais um tempo em que ninguém nunca ouviu falar dele”, destaca.

Mas segundo a palestrante, a luta das mulheres por igualdade está longe de terminar. “Nós ainda estamos longe porque não ocupamos os lugares de poder, e essa é a próxima pauta. Precisamos ocupar 50% do poder político de todo o Brasil e de todo o mundo, porque precisamos de mulheres determinando pautas de mulheres. Precisamos de mulheres como CEOs de empresas, como líderes. Precisamos de representatividade”.

Neste final de semana e ao longo do mês de março, Maringá terá uma série de eventos do Dia da Mulher. Para conferir a programação, clique aqui.

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