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19 de abril de 2024

Maringá é a melhor cidade do Brasil; mas como continuar no topo?


Por Nailena Faian Publicado 30/08/2018 às 20h45 Atualizado 18/02/2023 às 03h13
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Quem mora em Maringá se gaba por viver aqui. Cidade arborizada, planejada, com trânsito tranquilo e dezenas de outros pontos positivos. No começo do mês, a notícia de que o município foi eleito pela segunda vez consecutiva o melhor entre as grandes cidades do país, encheu a população e a administração pública de orgulho.

Mas, como se manter no topo do ranking? O portal GMC Online contatou a Macroplan, consultoria que realizou o estudo que colocou Maringá em primeiro lugar, e a questionou sobre o assunto.

O diretor da Macroplan, Gustavo Morelli, explicou que eles levam em consideração 16 indicadores divididos em quatro áreas distintas: saúde, educação e cultura, segurança e saneamento e sustentabilidade.

De acordo com ele, Maringá se manteve em primeiro lugar porque atingiu bom desempenho em vários setores. No entanto, há três pontos que a cidade precisa melhorar para conseguir manter a posição no ranking: nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano); taxa de homicídio; e taxa de mortes no trânsito.

“É preciso manter as boas posições nos segmentos que a cidade já está bem, para não ser ultrapassada por outros municípios, mas também melhorar esses três pontos”, destaca Morelli.

Segundo ele, em 2007, Maringá tinha nota 4 no Ideb do Ensino Fundamental II. No último Ideb, em 2015, a nota melhorou, foi para 4,4, no entanto, o diretor da Macroplan acredita que ainda pode ser melhor.

“Avançou, no entanto, outras cidades melhoraram mais, o que fez Maringá perder algumas posições nesse quesito”, explica.

A segurança também precisa avançar, diz Morelli. De acordo com ele, nos últimos dez anos, a taxa de homicídio por cem mil habitantes se manteve entre 10 e 11. “Apesar do indicador não ter variado muito, outras cidades têm melhorado, o que fez com que a cidade perdesse dez posições nesse quesito. ”

Outro ponto para se trabalhar é a taxa de mortes no trânsito. Em 2006, eram 28,7 mortes por cem mil habitantes, colocando a cidade na posição 91 entre os cem municípios elencados pela Macroplan. Em 2016, baixou para 19,8 mortes por cem mil habitantes, posicionando Maringá na 83ª colocação. Os dados utilizados pela consultoria são do Datasus.

“Apesar de ter melhorado, para uma cidade que é a melhor do Brasil, ter um indicador nessa posição não é bom. Precisa avançar”, afirmou Morelli.

Como a administração pública vai melhorar esses pontos?

A reportagem entrou em contato com a administração municipal para saber como esses pontos elencados pela Macroplan podem ser melhorados.

Educação

De acordo com a chefe do Núcleo Regional de Educação, Maria Inês Teixeira, melhorar a nota do Ideb do Ensino Fundamental II depende também dos trabalhos no Ensino Fundamental I.

“É um trabalho que precisa ser feito em conjunto. É preciso investir na formação do professor, nas condições de trabalho e os pais também precisam se envolver”, defende.

Segurança

O secretário de Segurança, coronel Antônio Padilha, diz que a meta da cidade é manter a taxa de homicídio abaixo de 10 por cem mil habitantes, que é o que a ONU considera como município seguro.

“Estamos trabalhando num projeto que deve ajudar a melhorar os índices. É para integrar as informações entre os diversos órgãos da prefeitura. Um exemplo são as imagens das câmeras que capturam avanço de sinal. Elas são disponibilizadas para a Guarda Municipal, mas também servem para a Polícia Militar, Polícia Federal e isso precisa estar online para que todas as forças de segurança tenham acesso”, explica.

“Segurança não é só prender pessoas, é preciso investir em qualificação. O maior desafio é qualificar pessoal”, completa o coronel.

Trânsito

Gilberto Purpur, secretário de Mobilidade Urbana, afirma que o índice de morte no trânsito é bom em comparação com outros municípios. Ele também afirma que os dados da Macroplan, coletados por meio do Datasus, divergem dos dados municipais.

“Maringá é uma das poucas cidades do Brasil que conta todas as mortes no trânsito. Contabilizamos mortes no local do acidente e posteriormente. Tanto é que os números podem ser mais elevados que outras cidades por conta disso. Londrina e Curitiba, por exemplo, não contabilizam morte posterior, o que torna uma comparação injusta”, argumenta.

Sobre possibilidades de melhorar o índice, o secretário afirma que a cidade já é bem sinalizada, tem uma boa fiscalização eletrônica e campanhas no trânsito intensas, mas, o que falta, é a publicidade.
“Isso depende de algo que não faz parte da nossa alçada. Depende de licitação que está em andamento”, justifica Purpur.

“Outra coisa que observamos é que as mortes no trânsito são causadas por imprudência do motorista. Fazemos a análise dos acidentes e em todos eles têm situações de embriaguez, excesso de velocidade e outras imprudências envolvidas”, finaliza.

Evento

Na próxima terça-feira (4), um especialista da Macroplan vem a Maringá para explicar o por quê a cidade foi considerada a melhor entre as cem maiores do Brasil.

Éber Gonçalves faz palestra, com entrada gratuita, no Teatro Calil Hadda, às 19h30. 

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