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19 de abril de 2024

Em busca de dias melhores, haitianos ‘adotam’ Maringá


Por Nailena Faian Publicado 31/08/2018 às 17h29 Atualizado 18/02/2023 às 03h26
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Depois de quase quatro anos sem ver os filhos, nesta sexta-feira (31), o haitiano Jacob Destauma, de 38 anos, conseguiu trazer dois dos três filhos que estavam no Haiti para Maringá. Ele saiu do país de origem em 2014 e veio para cá junto com a esposa em busca de dias melhores.

“Um amigo morava aqui, aí vim para cá. No Haiti a situação estava complicada, faltando serviço, com problemas de segurança”, lembra.

Na época, ele não tinha condições de trazer os filhos, que acabaram ficando lá com familiares. Mas hoje a saudade que apertava o peito foi quase curada. Em janeiro, ela deve acabar de vez, que é quando o filho mais velho, de 10 anos, deve desembarcar em Maringá.

Andando pelo Centro de Maringá é comum se deparar com pessoas de outras nacionalidades, especialmente haitianos. Dados da Polícia Federal (PF) mostram que na circunscrição de Maringá – que abrange mais 80 municípios – há 5.552 imigrantes registrados até maio e a maior parte (1.037) é de haitianos.

O haitiano Jean Merilan, de 33 anos, também veio para Maringá em 2014 e teve que deixar esposa e o filho, na época com 2 anos, lá. Só no ano passado, com a ajuda de uma igreja, conseguiu trazê-los para Maringá.

“Foi muito difícil ficar longe da família. Ainda é difícil porque ficaram os irmãos, minha mãe, amigos”, diz.

Trabalhando aqui, ele conseguiu financiar um terreno e construir dois cômodos, que se tornou a casa do filho brasileiro recém-nascido, de 6 meses. “Gosto de Maringá, cidade arborizada, as coisas são mais baratas e o pessoal é acolhedor”, diz.

Mesmo assim, Jean sente falta dos costumes do Haiti. “A gente é muito alegre, dá risada. Aqui no Brasil tem empresa que tem dificuldade de aceitar a gente porque trabalhamos com alegria, gostamos de conversar e tem patrão que não aceita”, comenta.

Associação ajuda estrangeiros que chegam a Maringá

Em abril deste ano, Maringá ganhou a Associação dos Estrangeiros Residentes na Região Metropolitana de Maringá (AERM). É uma iniciativa de imigrantes de vários países. O presidente, Érick Pérez, que é venezuelano, afirma que Maringá tem imigrantes de diversos países.

“Temos muitas pessoas de diversos países da África, de Marrocos, Colômbia, República Dominicana, Senegal e outros”, elenca.

O objetivo da associação é ajudar os estrangeiros por meio de cinco eixos: acolhimento, integração, assistência social, jurídica e psicológica.

Na última quarta-feira (29), a associação recebeu uma boa notícia. Foi comtemplada em um edital da Aras Cáritas Maringá e vai contratar dois intérpretes que ficarão em postos de saúde e outros locais onde há grande número de imigrantes, auxiliando na comunicação.

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