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19 de abril de 2024

UEM: Jato congelante de carnes e outras ‘invenções’ patenteadas


Por Redação GMC Online, com assessoria de imprensa Publicado 27/04/2019 às 17h00 Atualizado 21/02/2023 às 07h28
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Nessa sexta-feira (26) foi comemorado o Dia Mundial da Propriedade Intelectual. Para lembrar a data, a assessoria de imprensa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) preparou uma série de reportagens para falar sobre cinco das patentes mais recentemente concedidas a pesquisadores vinculados à instituição. Abaixo, você conhece essas invenções.

– Carvão Ativado Microporoso Obtido da Vagem de Flamboyant

A patente foi outorgada em novembro de 2018. A partir de um vegetal que não teria uso, os estudiosos desenvolveram um composto bastante útil à indústria e, mais ainda, benéfico à sociedade.

Como resultado prático, os idealizadores produziram um material eficaz para remediação de poluentes, usado por exemplo em: remoção de corantes em solução; desintoxicação, desodorização ou descoloração de substâncias das indústrias farmacêuticas, químicas e alimentícias – nestas, também com retirada de sabor, cor e cheiro indesejáveis; purificação de água; purificação do ar e tratamento da emissão de gases, podendo ser utilizado em ar condicionado, máscaras de proteção, filtros de cigarros e na captura de gases poluentes da combustão da gasolina.

“O carvão ativado é constituído essencialmente por carbono e apresenta elevada área de superfície. Quanto maior a área superficial, maior a capacidade de adsorver (fixar) compostos orgânicos, inorgânicos ou mesmo gases”, explica o autor principal da invenção, Vitor de Cinque Almeida, doutor em Química e professor do Departamento de Química da UEM.

“Investigamos várias biomassas encontradas na natureza e nos chamou atenção a casca da vagem do flamboyant, árvore ornamental que se encontra em grande quantidade na nossa região. Seus galhos possuem grandes vagens, que armazenam sementes e que após o período de maturação caem, tornando-se resíduos que até então não possuíam disposição final”.

A pesquisa sobre o carvão ativado a partir das vagens da árvore de flamboyant foi a primeira investigação que Almeida fez enquanto docente do Programa de Pós-Graduação em Química (PQU) da UEM, desde 2009, com envolvimento dos pesquisadores Alexandro Manolo de Matos Vargas (à época, aluno de mestrado; hoje, professor), Ervim Lenzi (hoje, professor aposentado) e Willian Ferreira da Costa (professor).

– Equipamento modular para congelamento rápido de carne de frango, mesa ortostática com dobradura e ponteira para perfuratriz horizontal de solo

Três das mais recentes patentes obtidas por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá estão trazendo inovações no segmento de congelamento rápido de carne de frango, na área hospitalar e no ramo de perfuração de solo.

Os três produtos desenvolvidos tem, em comum, a participação do professor Flávio Clareth Colman (foto acima), do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), mas, envolvem, individualmente, a atuação de outros docentes, pesquisadores e alunos de pós-graduação à época.

Um dos produtos é o equipamento para uso em frigoríficos de frango capaz de fazer o congelamento rápido de uma camada superficial (pele) das coxas-sobrecoxas desossadas de frango para permitir o corte kakuguiri.

O equipamento é modular e esta característica é no sentido de oferecer uma versatilidade em poder ser expandido de acordo com a demanda produtiva. A refrigeração da carne de frango é feita por meio de jatos colidentes gerados por um conjunto de ventiladores e bicos injetores com geometria retangular dispostos ao longo da esteira transportadora.

O aparelho permite ainda ajuste da velocidade da esteira transportadora de modo a regular o tempo de congelamento do produto para satisfazer as condições necessárias ao corte kakuguiri.

O dispositivo foi desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e tem, além da participação de Flávio Colman, o envolvimento de Paulo Vinícius Trevizoli, Mário César Ota Kawabata, Ricardo Toshiyuki Kato, Reginaldo de Araújo Silva, Ricardo Rogério de Santana e Júlio César Dainezi de Oliveira.

Outra invenção é a mesa ortostática com dobradura, que foi projetada buscando criar melhorias, ou seja, agregar funções ao equipamento hospitalar utilizado na recuperação, por meio de fisioterapia, de pacientes com lesão medular espinhal, paralisia cerebral ou até mesmo mielomeningocele.

A máquina desenvolvida pelos inventores tinha como foco, além de facilitar o tratamento do paciente na posição ortostática (em pé), o de permitir tratamento na posição sentada. Para que isso ocorresse, foram criadas articulações na estrutura, na altura dos joelhos e das costas, para assim possibilitar que a prancha se torne uma cadeira de rodas. Diversos ajustes foram implementados na tentativa de melhorar o uso do equipamento, como por exemplo, o sistema de imobilização de quadril.

A ferramenta também é fruto de um TCC e a projeção do dispositivo reuniu Flávio Colman, José Maria Milani Pessanha de Paula Soares, Luiza Helena Costa Dutra Sousa, Ligia Venancio Froening e Rodrigo Rasteli.

O terceiro artefato patenteado é a ponteira para perfuratriz horizontal de solo. Direcionada à perfuração de solo silte argiloso, com chanfro de 60º e quatro furos equidistantes para a passagem de água, o instrumento permite o escoamento ou compactação da sobra de terra retirada pelas laterais e a perfuração direta de 14 metros com declividade padronizada.

Estes parâmetros asseguram que o trabalho seja feito por perfuratrizes de dimensões reduzidas e com isto diminui o impacto na destruição de calçadas e ruas, além de possibilitar maior agilidade na recuperação final da pavimentação superior, cuja diminuição de tempo de recuperação torna o processo menos oneroso e mais limpo.

Desenvolvida como projeto de Iniciação Científica, a ponteira contou com a participação de Luiza Helena Costa Dutra Souza, Thiago Augusto Rodrigues e Danilo Toledo da Silva, além do envolvimento de Flávio Colman.

– Sensor Eletrônico para Determinação do Teor de Álcool em Hidrocarbonetos

Essa patente foi concedida  no segundo semestre do ano passado e é uma ferramenta de averiguação instantânea para combate a fraudes em combustíveis, alimentos e bebidas.

Com baixo custo, “o sensor pode ser instalado com um display no carro para, na hora que estiver abastecendo, o motorista fazer a leitura de qual é a percentagem de gasolina, água ou álcool naquele combustível”, declara um dos inventores e chefe do Departamento de Química (DQI) da UEM, Andrelson Wellington Rinaldi.

Desde 16 de março de 2015, o Governo Federal estipula como 27% a adição obrigatória de etanol anidro à gasolina comum, percentual fiscalizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Os hidrocarbonetos são combustíveis constituídos apenas de carbono e hidrogênio. E o sensor é ideal para determinar fraudes na gasolina e garantir que o consumidor tenha uma gasolina pura, com qualidade”, explica Rinaldi. O sensor também consegue determinar teor de água em diesel ou biodiesel, cachaça, vinho e uísque.

A patente veio para invenção originada em tese de doutorado de Rinaldi, desenvolvida na UEM com orientação do professor Emerson Marcelo Girotto e, em parte, no Consiglio Nazionale delle Ricerche, na Itália, sob supervisão do professor italiano Alberto Zanelli.

“Patentear produtos dá visibilidade à ciência feita no Brasil e na nossa instituição. Temos bons pesquisadores, boas ideias e devemos trabalhar não apenas para produzir ciência, mas fazer com que a ciência vá para a comunidade. É apaixonante conseguir pesquisar algo que volta à sociedade!”, reflete Rinaldi, também doutor em Química e bolsista por produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Agora, abre-se possibilidade para que, inspirados no sensor patenteado, pesquisadores deem novas contribuições, por exemplo com sensores voltados a outras áreas, como ambiental e da saúde.

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