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19 de abril de 2024

Extremos: intensidade e frustração


Por Gilson Aguiar Publicado 05/03/2020 às 11h05 Atualizado 23/02/2023 às 20h51
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Vivemos tempos de extremos. A radicalização exige apontar o inimigo e condená-lo sem perdão. Tudo serve para a crítica, mesmo que infundada. Expor ideias se fundamentam mais na agressão do que na argumentação. Gritos quase sempre surdos de quem deseja se impor. O “outro” não é um interlocutor é um “alvo” a ser atingido ferozmente.

Por que adotamos o radicalismo? Ele, via de regra, é resultado da frustração. Cansados de uma determinada condição, irritados ou decepcionados, optamos pelo oposto. Para responder ao desamor nos entregamos ao que sempre negamos ou nunca defendemos se não em silêncio. Sem pensar queremos demonstrar o descontentamento optando pela negação do que nos decepcionou.

Quando optamos pelo radicalismo deixamos brotar em nós hábitos e conceitos muitas vezes “monstruosos”. Quase um instinto animalesco que ganha lógica e tem adeptos que se aglutinam em bando querendo dividir uma parte da presa, o criticado, o inimigo escolhido.

Contudo, o extremo não sobrevive. Todo o radical tem vida curta, sua permanência é temporária porque a ilusão desencanta por falta de sustentação. Sua permanência, se ocorre, é pela força. Logo o sentimento de mudança se estabelece por arrependimento a uma escolha equivocada e impensada.

Optamos com falta de reflexão e percebemos o erro na medida em que vamos convivendo com suas posições. Ditaduras encantam e cansam. Esgotam por se perceber que a perda de liberdade é para todos. Os antigos aliados se tornam opositores durante a convivência.

Espero que o radicalismo esteja vivendo o seu último suspiro. A frustração deve se instalar em breve e começaremos a ter dimensão de nossas escolhas. Se queríamos tanto mudar não precisávamos optar por um extremo idêntico ao que nos governava. Na busca do oposto acabamos mantendo um mesmo modelo deturpado e senil.

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