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25 de abril de 2024

Nasa lança primeira espaçonave a visitar o Sol; veja infográfico


Por Salva Publicado 10/08/2018 às 18h29 Atualizado 17/02/2023 às 22h30
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A Nasa finalmente realizará o velho sonho de Ícaro ao lançar a primeira espaçonave a visitar o Sol.

Pois é, o Sol. No Sistema Solar, não há nada mais desafiador que isso, e a agência pretende iniciar esta viagem na madrugada de sábado (11).

Às 4h33, se a meteorologia permitir, o foguete Delta IV Heavy -o segundo mais potente em operação hoje, perdendo só para o novíssimo Falcon Heavy da SpaceX- deve partir de Cabo Canaveral, na Flórida, para o espaço, levando a Parker Solar Probe.

O nome é uma homenagem ao astrofísico solar americano Eugene Parker, que na década de 1950 fez grandes avanços teóricos na compreensão do vento solar -a torrente de partículas ionizadas lançadas pelo Sol ao espaço.

A missão da sonda é viajar para as regiões mais internas do Sistema Solar e se colocar numa órbita próxima do Sol.

A primeira “roçada” em nossa estrela-mãe acontece cerca de três meses após o lançamento, na primeira de 24 passagens próximas previstas ao longo de sete anos.

Claro que a sonda nunca vai entrar no interior da estrela -nada conhecido pela ciência poderia sobreviver a um contato com a fotosfera solar (a “superfície”), onde a temperatura é de cerca de 5.500 °C.

A espaçonave, contudo, fará travessias constantes da chamada coroa solar -que é basicamente a atmosfera estendida do Sol. Em sua aproximação máxima, estará a apenas 6,2 milhões de km da fotosfera (para efeito de visualização do nível de proximidade, nessa hora, entre ela e o Sol daria para colocar apenas uns quatro sóis enfileirados).

De forma curiosa, a coroa solar é ainda mais quente que sua superfície, atingindo temperatura de milhões de graus. Os cientistas ainda não sabem explicar direito o porquê, e a ideia é que a sonda descubra.

Aí é honesto perguntar: mas se a sonda não aguentaria os 5.500 graus da superfície do Sol, como pode encarar uma temperatura de milhões de graus na coroa solar?

Tenha em mente a definição de temperatura: trata-se do grau de agitação das partículas. Na coroa solar, as partículas estão se movendo extremamente rápido –ou seja, a temperatura é alta–, mas a quantidade de partículas por volume é bem pequena. É o que torna a missão possível.

“Mesmo na órbita mais próxima do Sol a densidade de partículas por metro cúbico é cerca de um centésimo da do melhor vácuo obtido em laboratórios aqui na Terra”, explica Caius Lucius Selhorst, pesquisador da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) e especialista em física solar não envolvido com o projeto.

O maior desafio é lidar com a radiação luminosa –as partículas de luz do Sol chegam em maior quantidade quanto mais perto se está dele. Esses fótons, por sua vez, excitam materiais que encontram pela frente, agitando-os (e aí a sonda esquenta).Para contornar o problema, a sonda conta com um escudo térmico de 12 cm de espuma de compósito de carbono ensanduichados entre duas folhas de fibra de carbono.

Todos os equipamentos, salvo a pontinha dos painéis solares e antenas, ficam atrás do escudo, onde a temperatura é mantida a confortáveis 29 °C. Na frente do escudo, onde a luz solar incide diretamente, a temperatura deve chegar a 1.371 °C. Mas ele aguenta.

Os cientistas já têm uma compreensão razoável do que leva ao surgimento de estrelas como o Sol e de como elas “funcionam”, gerando energia por meio da fusão nuclear que acontece em seu interior.

Muitos detalhes, contudo, ainda pedem explicações mais sofisticadas. Isso inclui os padrões vistos nos ciclos de máximo e mínimos de atividade e suas variações, e também nos fenômenos que acontecem na coroa para gerar o vento solar.

E o interesse pelo fenômeno vai muito além da curiosidade acadêmica. A interação do vento solar com o campo magnético terrestre é de alta relevância para nosso mundo tecnológico. Tempestades solares intensas podem danificar satélites em órbita e afetar redes elétricas em solo.

Daí a importância de saber prever esses fenômenos, e não há como fazer isso sem compreendê-los. Diversas espaçonaves foram lançadas nas últimas décadas para estudar o Sol, mas nenhuma com esse foco de visitar a coroa solar e tomar dados no local em que os fenômenos nascem.

Além dos dados inéditos, a espaçonave baterá recordes. Em suas aproximações do Sol, puxada pela gravidade solar, ela chegará a 700 mil km/h –velocidade cerca de 30 vezes maior que a da Estação Espacial Internacional.

Tudo a um custo de US$ 1,5 bilhão (R$ 5,7 bi) ao longo de oito anos. Mas, ao que parece, Ícaro será vingado.

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