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25 de abril de 2024

Avião de traficante internacional vira monumento em praça da região


Por Fábio Guillen Publicado 03/04/2021 às 10h24 Atualizado 24/02/2023 às 04h40
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Avião foi apreendido durante operação policial – Foto: Carlos Henrique Rossato Gomes

Um avião apreendido durante uma operação da Polícia Federal e Polícia Civil de Paranavaí virou monumento em uma das praças da cidade. A aeronave, modelo Embraer 721, prefixo ZP-BLY, foi instalada na Praça dos Expedicionários a pedido do prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes, que na época da apreensão da aeronave, em 2015, era o delegado que investigou o uso do Aeroporto de Paranavaí por traficantes internacionais. 

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O avião ainda está em fase de instalação na praça, mas os moradores de Paranavaí já estão fazendo fotos na frente do monumento e publicando nas redes sociais. Segundo o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes, mais conhecido como Delegado KIQ, um dos motivos da instalação do avião na praça é mostrar para a população que a cidade não aceita o tráfico internacional de drogas. 

“Há a questão da curiosidade que a população tem geralmente com aeronaves. Principalmente as crianças. Fiz questão de colocar ali por conta dessa fantasia. Avião é um negócio bonito, né? Vai enfeitar a praça. Por ser uma praça dos Expedicionários, a aeronave será caracterizada para homenagear a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e homenagear os praças que foram para a Segunda Guerra. E, claro, que tem um aspecto também de mostrar que a cidade não é lugar para traficantes. É o fim do ciclo de uma lenda que tinha na cidade de que o aeroporto era usado por criminosos”, explicou o prefeito. 

Carlos Henrique Rossato Gomes disse que cresceu em Paranavaí ouvindo uma lenda de que o aeroporto da cidade era usado por traficantes. Quando voltou a Paranavaí, já como delegado, decidiu investigar a suposta lenda em 2011. Foi então que descobriu um grande esquema criminoso internacional que passava pela cidade. 

“Tem uma mata do outro lado do aeroporto. Eu colocava o carro na mata, subia no teto e ficava fotografando os aviões de madrugada. Percebi tirando foto com zoom que os aviões que pousavam pela manhã só abasteciam, não ficavam em solo. Nas fotos dava para ver que os aviões não tinham banco. Era só o banco do piloto. Eles também abasteciam galões com combustíveis. A gente judicializou a investigação e com autorização da Justiça fizemos escutas telefônicas da pessoa responsável pela bomba. Descobrimos que era tráfico internacional. Eles abasteciam os aviões em Paloma, no Paraguai, com drogas, produtos farmacêuticos, eletrônicos, anabolizantes e traziam para o Brasil. Por ser um caso internacional passamos para o delegado Dias da Polícia Federal e prestamos apoio”, explicou o delegado. 

Carlos Henrique Rossato Gomes na asa do avião na madrugada da apreensão – Foto: arquivo

A operação na Polícia Federal foi batizada de Celeno. Durante a investigação, o delegado de Paranavaí, que agora é prefeito, recebeu informações de que uma aeronave teria pousado em uma pista clandestina na região. Foi então que descobriram a pista no meio de um canavial em Amaporã, no Noroeste, e o avião prefixo ZP-BLY, que era usado por um traficante, de 30 anos, que era candidato a prefeito de Amaporã na época. A aeronave foi apreendida e na sequência da investigação o traficante foi preso no Paraguai com 422 quilos de cocaína O homem permanece detido e responde por tráfico internacional de drogas no País vizinho. 

Mais um avião vai virar monumento

Após virar prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes solicitou à juíza da ação a doação da aeronave prefixo ZP-BLY e de outra aeronave interceptada por um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) no território do Mato Grosso do Sul e encontrada no aeroporto de Paranavaí com várias marcas de tiros. Os dois aviões vão se tornar monumentos na cidade. Um deles, inclusive, já está praticamente pronto. 

“Diante da importância da operação e por tudo que ela significa para Paranavaí e para todo o Brasil, pedi a doação das aeronaves para que o município pudesse transformá-las em monumentos. Nossa ideia é no local onde ficarão as aeronaves fazer totem com QR-Code para que as pessoas passem o celular e leiam toda a história da operação e dos aviões”, acrescentou o delegado. 

Além do primeiro monumento, já está instalado na Praça dos Expedicionários, o outro avião, que foi interceptado pela FAB, será instalado no Centro Cívico de Paranavaí. No entanto, ainda não há data prevista para a instalação. 

“A gente não tem o avião verdadeiro da FEB e então decidimos transformar o avião apreendido num avião da FEB. Claro que com uma licença poética. Algumas pessoas questionam também porque o avião está tão baixo, cerca de um metro do chão. A ideia é fazer com que as fotos fiquem bem bonitas e as pessoas mais próximas do avião”, acrescentou o delegado. 

Projeto de como ficará o avião após a reforma em homenagem a Força Expedicionária Brasileira (FEB) – Foto: Divulgação

Penas da Operação Celeno, que começou em Paranavaí, ultrapassam 550 anos de reclusão e apreende 12 aviões 

Após as investigações que começaram em Paranavaí e as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal na Operação Celeno, a Justiça Federal já condenou 50 pessoas a um total de 553 anos de reclusão. Entre os condenados estão líderes de quatro grandes organizações criminosas envolvidas no maior esquema de importação de anabolizantes e de eletrônicos, por meio aéreo, já realizado no Brasil.

Além disso, a operação já apreendeu 12 aeronaves, 63 automóveis e 26 imóveis, além de quantias em dinheiro, de joias, de eletrônicos e de cavalos de raça, estipulando como valor mínimo para reparação de danos à União o total de R$ 116 milhões.

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