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19 de abril de 2024

PM põe ‘masculinidade’ em critério para vaga no Paraná


Por Folhapress Publicado 14/08/2018 às 11h15 Atualizado 17/02/2023 às 22h52
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A Polícia Militar do Paraná abriu nesta segunda (13) concurso para preencher 16 vagas de cadetes na instituição no qual incluía “masculinidade” entre as 72 características psicológicas com que os candidatos seriam avaliados.

Após polêmica, a instituição decidiu mais tarde trocar o termo para “enfrentamento”.

Pelo edital, o candidato deveria ter a “masculinidade” maior ou igual a regular. De acordo com a instituição, ela é definida pela “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”.

A “emotividade”, por sua vez, deve ser média/diminuída: “expressão de vibrações, choques ou comoções interiores das funções psicológicas e fisiológicas”. A “depressão” também é um fator que não será bem visto nos candidatos, assim como a “vulnerabilidade”. Se o candidato tiver “amabilidade” e “ponderação/prudência” em dimensões baixas não será prejudicado.

A aprovação no exame de adequação psicológica é um dos requisitos básicos para a posse do cargo. O candidato deve ter no máximo 30 anos e ter concluído o ensino médio. Mulheres podem preencher até 50% das vagas, segundo a lei estadual 14.804/2005.

Segundo o edital, a avaliação psicológica tem como objetivo “selecionar os candidatos que possuam habilidades específicas e características de personalidade favoráveis às atribuições das diversas funções institucionais, de acordo com os parâmetros do perfil profissiográfico estabelecido para o cargo de cadete”.

A inaptidão é constatada em análise conjunta de todos os testes. A “masculinidade” era uma característica do grupo C: o candidato deve atingir as dimensões mínimas em 2/3 dos itens para ser aprovado. Ou seja, ainda que não fosse masculino o suficiente, não seria automaticamente eliminado.

Em nota, a PM do Paraná disse que a característica “masculinidade” tinha essa denominação por opção do autor do instrumento de avaliação psicológica. Mais tarde, afirmou que mudaria o o termo para “enfrentamento”, sem prejuízo à testagem.

A corporação também disse ter entrado em contato com o autor do instrumento psicológico, Flávio Rodrigues Costa, que teria informado que o teste não tem conotação de diferenciação de gênero.

“O autor reforçou também que o Conselho Federal de Psicologia jamais validaria o teste caso ele fosse discriminatório e se não atendesse todos os requisitos de respeito à dignidade da pessoa humana”, afirma o texto.

Segundo a polícia, o objetivo é avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de enfrentamento, “aspectos extremamente necessários para o dia a dia da atividade policial militar”. O órgão diz que “não compactua e não tolera comportamentos e posicionamentos discriminatórios de qualquer natureza”.

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Foto da capa: Ilustrativa/Agência Pará

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