Caso EAS: polícia conclui inquérito e indicia 10 pessoas por estelionato
O sonho de uma vida: comprar a casa própria. O auxiliar de serviços gerais Gilmar Vilela de Paiva estava bem perto de realizar este sonho. Ele viu pelo Facebook o anúncio de uma empresa especializada na venda de consórcios. A empresa oferecia uma carta de crédito contemplada. Gilmar pagou R$ 49 mil e em três meses, com a carta de crédito em mãos, sairia do aluguel e pagaria as prestações do consórcio.
Gilmar pegou dinheiro emprestado com familiares, mas nunca recebeu a carta de crédito. Registrou queixa na delegacia por golpe.
“Eu vi no Facebook que comprava carta já contemplada. A gente que é pobre tem o sonho de ter nosso cantinho. Então eu optei por fazer isso, para poder comprar minha casa, mas infelizmente era um golpe e destruiu nossa vida. Eu não durmo mais, estou doente, porque eu emprestei R$ 10 mil com meu pai, R$ 10 mil com meu pai para comprar essa carta de crédito, e é um dinheiro que a gente batalhou pra conquistar. […] Tenho vergonha hoje de chegar dentro da minha casa e olhar para o meu irmão, para a minha mãe e para o meu pai”, detalha.
Gilmar foi uma das 55 vítimas do golpe do consórcio investigado pela Polícia Civil de Maringá. A empresa acusada de aplicar o golpe é a EAS Assessoria Financeira.
O delegado Fernando Garbelini concluiu o inquérito nessa sexta-feira, 23. Dez pessoas foram indiciadas por estelionato e associação criminosa.
“O inquérito da EAS foi concluído ontem [dia 23], no total 55 vítimas procuraram a Delegacia de Estelionato e noticiaram terem caído no golpe praticado por esse grupo. Durante a investigação ouvimos todos os envolvidos: desde vendedores até supervisores, o pessoal da parte administrativa, gerente, diretores… e ao final foram dez pessoas indiciadas, que são aquelas pessoas que, de acordo com as investigações, demonstraram que tinham conhecimento da fraude e se beneficiaram com isso. O inquérito nesse momento está com o Ministério Público para oferecimento de denúncia”, destaca.
Três pessoas foram presas durante o inquérito. Uma delas foi solta na última quarta-feira, 21. A reportagem está tentando contato com a EAS Assessoria Financeira.
