Peça ‘O mais íntimo de nós’ tem última apresentação nesta sexta


Por Redação GMC

O espetáculo teatral “O mais íntimo de nós”, de Guilherme Veneral e Leonardo Fabiano, encerra sua primeira temporada nesta sexta-feira, dia 23, às 20h30 no Teatro Reviver. A peça tem texto de Carolina Santana e direção de André Anelli e foi uma das contempladas no Prêmio Aniceto Matti, da Secretaria Municipal de Cultura.

O enredo mistura ficção e autobiografia: dois amigos que, no decorrer da amizade, se descobriram apaixonados um pelo outro e começaram uma relação que nunca teve um nome, não foi classificada como “namoro” ou “amizade colorida”. Esses amigos são os atores Guilherme Veneral e Leonardo Fabiano que, durante o relacionamento, tiveram a ideia de realizar o projeto, o primeiro que escrevem e executam juntos.

A aprovação do projeto coincidiu com o fim do relacionamento, mas não interrompeu os planos. “Decidimos fazer porque é muito mais do que falar sobre a gente. Como diz o texto, ‘nós’ não somos apenas dois. Estamos falando de toda uma comunidade, toda uma representatividade”, diz Fabiano. E a peça é de todos e para todos, pois houve a preocupação de incluir a tradução em Libras, feita por duas intérpretes e também pelos atores em cena.

Para o diretor, lidar com o íntimo dos atores como inspiração laboratorial foi um desafio. “É partir do íntimo mas trazer uma obra que abrace o coletivo, partir do ‘eu’ para falar de ‘nós’. Acredito ser este o desafio da arte: não importa de onde partimos, precisamos fazer com que isso atinja quem assista e, a partir de então, gerar modificações”, comenta Anelli.

Temas como amor, intimidade e preconceito perpassam o texto, que foi escrito a partir de relatos e compartilhamento de lembranças e documentos pessoais, como cartas e fotografias. “A gente estava instigado a falar sobre um casal homoafetivo, sobre como é a vida normal deles, porque isso sempre é representado de uma maneira muito negativa e muito trágica e queríamos colocar outra possibilidade, além dessa, em cena”, explica Veneral. Um dos objetivos era buscar a naturalidade dessas relações.

“Desenvolvo um trabalho, tanto no teatro quanto na performance, que vai muito nessa linha de pegar algo pessoal e descobrir como isso pode ser social, como algo meu pode reverberar em outras pessoas. Nada é tão pessoal que ninguém nunca tenha passado nem se identifique”, diz Fabiano.

Segundo os atores, uma das motivações foi também o fato de existirem diversos casos de homofobia em Maringá. “Precisávamos sim falar de amor. Precisávamos falar do nosso beijo, de quem viu e quem não viu e quem não
quis ver”, diz o texto da peça.

Serviço

“O mais íntimo de nós”
23/11 – Teatro Reviver
Às 20h30
Entrada franca
Classificação Livre

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